Pai presente, filho confiante

Estudo diz que as atitudes paternas influenciam no comportamento

texto: Ramon Tadeu/infoglobo | foto: divulgação
texto: Ramon Tadeu/infoglobo | foto: divulgação

As atitudes dos homens em relação à paternidade influenciam significativamente o desenvolvimento da criança. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, filhos de pais confiantes e que abraçam a paternidade são menos propensos a apresentar problemas de comportamento antes da adolescência.
Durante o estudo – realizado com pais de crianças que viviam com ambos os pais pelo menos até os oito meses de idade -, pesquisadores pediram para que as mães avaliassem o comportamento de seus filhos com perguntas como as atitudes da criança em relação a outras crianças, tendências a agitação, se eles estavam dispostos a compartilhar brinquedos e sua confiança no desconhecimento de algumas situações. Por outro lado, pais preencheram questionários sobre seus sentimentos em relação a paternidade com questões incluindo quantas vezes eles ajudaram com trabalho doméstico, o quão confiante eles se sentiam como pai, e quanto tempo eles passavam com os filhos.
De acordo com o psicólogo Tarcísio Tavares, o homem tem percebido que criar vínculos afetivos com seus filhos é extremamente positivo, não só para as crianças, mas também para eles mesmos: “em geral, no passado, o homem demonstrar sentimento em relação ao filho era sinal de fragilidade e se limitavam, portanto, apenas a impor disciplina. De lá para cá, aumentou muito a preocupação com a educação e o caráter dos filhos.” – explica.

Ausência dos pais traz um desequilíbrio

Ainda segundo o estudo da Universidade de Oxford, os pesquisadores descobriram que as crianças que desempenhavam um papel positivo dentro da estrutura familiar, tinham menos chances de mostrar dificuldades comportamentais nas idades entre 9 e 11 anos. Em contrapartida, o nível de envolvimento dos pais em tarefas domésticas, aparentemente, não surtiu muito efeito quando analisados os comportamentos dos filhos.
A psicóloga Ana Siqueira explica que a presença paterna na família é diferente e complementar à materna. A falta de qualquer uma dessas figuras, porém, pode causar um desequilíbrio no desenvolvimento da criança: “não é apenas uma questão de satisfazer as necessidades físicas ou financeiras dos filhos. Eles procuram nos pais um modelo para se identificarem. Se o pai está ausente, outros modelos virão ocupar esse vazio, com grande probabilidade de não serem modelos propriamente exemplares. O mesmo acontece com a figura materna.

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