DIALOGANDO SOBRE: CONTROLANDO PARA NÃO PARECER DESCONTROLADO

Ana Laura Moraes
Psicóloga – Psicoterapeuta – CRP: 06/90890

Tenho me deparado com um número grande de pessoas controladoras; aquelas que, por alguma razão, têm necessidade de controlar tudo [e todos].
Vamos imaginar alguém muito organizada e preocupada com detalhes; há uma preocupação enorme com o que os outros vão pensar.
No trabalho nada podia ficar para depois, então sempre saía tarde. Com os estudos também era rígida, pois não aceitava tirar notas baixas. As mesmas coisas, todos os dias.
Era comum discutir ou brigar com a família, pois as coisas têm que ser do seu jeito. Como ela pensa é sempre melhor. Com o alto nível de exigência de si mesma só poderia lançar a mesma exigência em cima do outro.
Sua vida social e amorosa era vazia. Não havia espaço para uma relação mais íntima com as pessoas, suas relações afetivas eram superficiais ou duravam pouco, pois qualquer um que entrasse bagunçaria aquele mundinho organizado.
Amar dá trabalho, não é?
Essas características nos fazem refletir sobre questões importantes:
O que, dentro de mim, está tão desordenado que preciso organizar tudo externamente?
Como está o contato com minhas emoções? Preciso ser tão rígido?
Como estabeleço e mantenho contato com o que está fora de mim? E com o outro?
Por que essa resistência a experimentar coisas novas? Por que essa resistência à vida?
Perder o controle, em algumas situações, seria realmente tão trágico?
Temos que pensar em tudo isso, pois para desenvolver e tornar-se um indivíduo dono de sua própria vida é necessário se conhecer, entender os conflitos e o que o bloqueia para a vida.