Homem descobre dom aos 98 anos

Exposição de quadros é realizada em homenagem

Nunca é tarde para aprender e não existe uma idade certa para adquirir qualquer tipo de conhecimento, desde simples regras de um jogo de passatempo até a arte de pintar quadros. Esse é o caso de Odorino de Souza, de 98 anos. Com quase um século de história, este senhor é responsável por obras de arte dignas de exposição.
Na tarde de sexta-feira (16), a Reportagem esteve no Edifício Colonial, no Centro, onde Odorino morou por oito anos, para acompanhar a exposição em sua homenagem.
Há exatos seis meses, Odorino perdeu sua esposa, após 67 anos de união. Sem atividades e incentivado pelas filhas, começou o curso de pintura, no próprio prédio, com a professora Maria Teresinha de Campos Ambiel.
Coberto de lembranças da sua fiel companheira, mudou-se para outro apartamento, na Vila Suíça, mas continuou a pintar.
Com aula uma vez por semana e uma turma de três alunos, Seu Odorino é o mais velho. Pintou cinco quadros, sendo alguns deles, devido à sua habilidade, finalizados em menos de uma semana. “Ele é um aluno muito aplicado. Não é de faltar. Aqui é um ambiente gostoso, sempre conversamos e pintamos”, conta a professora.
De acordo com uma das filhas, o pai está ansioso com o início das aulas que foram interrompidas devido às festas de fim de ano. “Depois que começou a pintar, adquiriu o gosto e não quer mais parar. Ele já fica pensando quando vai retornar às aulas”.
E, quem diria que com um incentivo dos familiares, iria se descobrir um grande dom que servirá de espelho para todos que estão ao seu redor. Com apenas seis meses de atividade, Seu Odorino já é exigente. “Nunca pensei em pintar. Mas hoje eu gosto bastante. Mas acho que quadro sem moldura não é quadro”, advertiu.