Livro é recolhido por conta de suástica na capa

Um livro sobre o abolicionista Luiz Gama distribuído para estudantes do ensino fundamental II de Campinas (SP) saiu com uma impressão de suástica em azul no lado direito da capa e por isso será recolhido das escolas municipais, segundo a prefeitura. O caso veio à tona após uma vereadora da cidade repercutir o ocorrido em rede social e protocolar um requerimento para substituição. A editora responsável admitiu o erro, se desculpou e confirmou que fará a troca das edições. Veja abaixo detalhes.

A Secretaria de Educação confirmou ao portal G1 nesse último sábado (26) que o processo de recolha nas escolas começa nesta segunda-feira (28), mas não há informações sobre quantas obras chegaram aos estudantes. A assessoria da parlamentar diz que ela foi alertada por professores que tiveram contato com a obra.

Quem foi?
Poeta, jornalistas e advogado, Luiz Gama é considerado um dos principais ativistas pela abolição da escravidão no país e foi responsável pela libertação de pelo menos 500 escravos. Ele nasceu em 1.830, filho de uma escrava liberta com um descendente de portugueses, e foi vendido como escravo pelo próprio pai quando tinha 10 anos. Em 2021, ele foi o primeiro brasileiro negro a ser homenageado pela Universidade de São Paulo (USP) com o título Doutor Honoris Causa desde que foi criado.

Troca
“A partir desta segunda-feira, 28 de novembro, a Secretaria de Educação começa o processo de recolha do livro nas escolas. Em contato com a editora Mostarda, a Secretaria de Educação pediu a substituição deste título, que integra a coleção Black Power. A editora informou que irá trocar a capa do material didático e devolvê-lo à Secretaria sem custo para o município”, diz nota da assessoria.

Explicações
A Editora Mostarda admitiu o erro pela impressão, alegou que houve um erro no corte da imagem usada e que o problema foi em parte da produção, uma vez que, segundo a assessoria, a versão em braile não apresentou a suástica. O livro também já foi retirado das vendas.

Ao G1, Francisco Lima Neto (autor) afirmou que o erro na impressão não havia sido percebido desde 2021, quando a obra foi lançada na Bienal do Rio de Janeiro. Além disso, ele frisou que é preto, tem histórico profissional de atuação na causa antirracista e manifestou confiança na editora.

Fonte: G1 & Foto: Reprodução Internet