DIALOGANDO SOBRE: Altruismo existe

Tatini Milanesi Pinto
Psicóloga clínica e hospitalar
CRP 06/99691

Altruismo faz parte do pensamento de Comte (1798-1857) e outros filósofos que queriam falar de atitudes desinteressadas de uma pessoa, agir sem querer algo em troca.
Outras palavras estão no baú do Altruismo, como empatia, ética, moral, filantropia, e até mesmo amor. Isso porque ser altruísta é fazer o bem sem interesse, e por isso vão dizer que não existe altruísmo porque “sempre queremos algo em troca”. Essa opinião é bem forte por aí, mas por que será que é tão forte essa ideia de que sempre somos egoístas, que sempre agimos com algum interesse? Carência afetiva é uma das respostas. Muitas vezes nos sentimos sós, e por isso buscamos agradar para sermos agradados. Sentimento de ser vítima é outro motivo, quando nos sentimos prejudicados pelo mundo, vítimas do governo, da educação, ou (principalmente) da família. E, mais um motivo, dentre tantos, é que isso é da natureza humana, um instinto de sobrevivência, de sempre agir esperando uma recompensa. O grande pulo é que tudo isso pode ser transformado. Carência afetiva, sentimento de vitimização, agir por instintos, só falam mais alto quando a pessoa desconhece isso tudo em si mesma. Tenha em mente que todas as nossas ações só são governadas por aquilo que alimentamos em nós mesmos. Se me sinto carente de afeto, preciso entender porquê me sinto assim. Observar as cenas à minha volta, identificar os sentimentos que tenho diante do que me acontece, são chaves para mudar o governo das coisas. A pessoa passa a governar a própria vida e a agir mais espontaneamente, e não por carência ou outro motivo inconsciente. Assim pode agir mais livre, ser altruísta, sem precisar de tantas recompensas.