Você se morde de ciúme?

Caso de Ivete levanta debate sobre quando as reações são doentias

Mais de três milhões de pessoas já assistiram, só no Youtube, ao vídeo em que a cantora Ivete Sangalo aparece dando uma bronca no marido ao vê-lo conversando ao pé do ouvido com outra mulher, durante um show realizado no dia 1º. Com seu jeito espontâneo, a baiana ganhou o apoio de fãs e outros artistas com a repercussão nas redes sociais. No entanto, nem toda cena de ciúme pode ser bem vista, tampouco considerada tempero do amor. Em casos extremos, o problema não apenas destrói o relacionamento, como também pode levar ao isolamento e à depressão.
“O ciúme nada mais é do que a raiva que a pessoa tem da parte da vida do parceiro na qual ela não está inserida. Na vida de casal, existe a fantasia de que os dois são um só, mas, na verdade, só é possível se relacionar com uma parte de alguém, que precisa desempenhar outros papéis, de amigo, filho, pai…, afirma a psicóloga e terapeuta de casais Daniela Ervolino. “Eu não diria que o ciúme é saudável, mas sim inevitável. Sentir esse incômodo ao perceber que não é possível se incluir em todas as áreas da vida do outro é normal”.
Porém, quando reações como discutir, não deixar o parceiro se explicar e se atormentar com pensamentos de traição passam a ameaçar o bem-estar, é sinal de que o ciúme se tornou doentio. Nesses casos, é necessário buscar tratamento psicológico ou psiquiátrico.
“Ciumentos patológicos tendem a ser pessoas impulsivas, que não pensam antes de agir; inseguras; com baixa autoestima; e que desconfiam de tudo e de todos em âmbito geral”, diz a psicóloga clínica e hospitalar Carla Ribeiro, especialista em saúde do homem.
“Todas as formas de controle têm falhas e causam mal ao casal. Além de não garantirem fidelidade, tiram o prazer da vida a dois. Ou a pessoa confia no parceiro, ou não. Se o outro quiser ser infiel, esse desejo manda mais do que qualquer controle sobre ele”, destaca Daniela Ervolino.

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