Uso de smartphones por crianças pode prejudicar

Pesquisa mostra que meia hora por dia aumenta em 50% o risco

texto: Cesar Baima /infoglobo | foto: Marcelo Theobald
texto: Cesar Baima /infoglobo | foto: Marcelo Theobald

Em um mundo cada vez mais conectado, não é raro ver bebês com celulares e tablets. Mas o que pode ser uma distração para eles, e um intervalo para pais cansados ou atarefados, também pode prejudicar o desenvolvimento da criança. Recentemente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desaconselhou o uso desses aparelhos por menores de 2 anos. E agora um novo estudo vem reforçar essa recomendação.
A pesquisa da Universidade de Toronto, no Canadá, indica que quanto mais “tempo de tela” os bebês tiverem, maior será o risco de algum atraso no desenvolvimento da fala. No estudo, cientistas acompanharam mais de mil crianças entre 6 meses e 2 anos entre setembro de 2011 e dezembro de 2015.
Destas, 219 usavam os aparelhos, em média, 27 minutos por dia. Elas foram então avaliadas para identificar problemas na comunicação oral. E, segundo os pesquisadores, os resultados apontam que, para cada 30 minutos de uso, as chances de alguma demora para falar sobem em 49%.
“Embora as novas recomendações pediátricas sejam limitar o tempo de tela, acreditamos que o uso de smartphones por bebês e crianças tem se tornado bem comum. Por isso a importância desse estudo, o primeiro a relatar associação entre o tempo de tela e um maior risco de atraso na expressão da linguagem” – diz Catherine Bir-
ken, líder da pesquisa.
Presidente do Departamento Científico de Adolescência da SBP, Alda Elizabeth Iglesias Azevedo classificou como “absurda” a média de tempo que crianças canadenses passam com eletrônicos.
“Temos certeza de que isso não é saudável, e não é só para a questão da fala. Nesta fase da vida a criança não está apta a entender o que é virtual e o que é real. O uso destes equipamentos também pode atrapalhar o desenvolvimento cognitivo, emocional e o sono. Além de aumentar o risco de exposição a conteúdos inapropriados para a idade”.

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