star wars ganha sequência

Novos protagonistas fazem parte da trama

História acontece 30 anos após o fim do Império do Episódio VI foto: divulgação
História acontece 30 anos após o fim do Império do Episódio VI
foto: divulgação

Na cena final de Star Wars: O Retorno de Jedi, a festa se espalha por cada canto da Galáxia. A rebelião, liderada pelos heróis Luke Skywalker (Mark Hamill), Leia Organa (Carrie Fischer) e Han Solo (Harrison Ford), comemora a derrota do Império. A liberdade e um futuro promissor parecem mais solares para aquele punhado de personagens introduzidos por George Lucas diretamente na cultura pop. Trinta anos depois na cronologia da saga cinematográfica, os feitos da trupe, os poderes dos cavaleiros Jedi e o lado sombrio da força (com os cavaleiros Sith, uma versão maligna dos Jedi, por assim dizer) ganharam status de lenda. Desde as primeiras horas da quinta-feira (17), a história iniciada por Lucas em 1977, com Uma Nova Esperança, ganhou mais um capítulo.
Sob a direção de J.J. Abrams, conhecido como o nerd mais bem-sucedido em Hollywood atualmente, O Despertar da Força fez sua estreia nas ‘telonas’ e trouxe de volta a magia que impactou uma geração de fãs durante a década de 1970 – e aqueles que vieram depois também.
A premissa que guia Abrams e o roteirista
Lawrence Kasdan (responsável pelas tramas de outros dois filmes da saga, O Império Contra-ataca e O Retorno de Jedi) é exatamente adequada para o mercado atual. Trinta e dois anos depois do fim da trilogia original – e ignorando os medianos A Ameaça Fantasma (1999), Ataque dos Clones (2002) e A Vingança dos Siths (2005) -, seria um ‘tiro’ no próprio pé apostar apenas no nicho de pessoas que assistiram aos três longas da trilogia original, com conhecimento aprofundado sobre sabres de luz e naves espaciais. Em O Despertar da Força, embora a nostalgia esteja presente com os três personagens principais dos primeiros filmes, entre outras aparições menores, a trama é centrada em uma nova gama de rostos e paisagens.
No primeiro trailer lançado no filme, Solo (Ford) diz aos novatos Rey (Daisy Ridley) e Finn (John Boyega): “Os Jedis, a Força… É tudo verdade.” Abrams não precisa de muito mais do que isso para mostrar que as coisas não eram como os heróis esperavam naquele fim de O Retorno de Jedi. A galáxia, convenhamos, é grande demais para se supor que a história de um jovem chamado Skywalker, que foi capaz de usar uma espécie de magia (a Força) e derrotar o imperador, seja levada em conta. Skywalker e toda a vitória da rebelião não passam de uma lenda, um conto como A Bela Adormecida ou Saci Pererê.
De acordo com os poucos vídeos divulgados até a estreia na quinta, a nova história será centrada em Finn e Rey, os dois personagens do lado bom da força, enquanto Adam Driver viverá o incontrolável Kylo Ren, um vilão tão assustador quanto Darth Vader, figura a qual ele reverencia, como integrante de um culto chamado Cavaleiros de Ren.
Abrams também nos deixou saber que a vida da Nova República, novo nome adotado pela Aliança Rebelde da trilogia mais antiga, não é das mais fáceis. Há uma facção chamada Primeira Ordem, liderada por um sujeito chamado General Hox (Domhnall Gleeson), cuja ideia é restaurar o Império e governar toda a galáxia.
Abrams e a equipe de marketing da Disney, empresa que adquiriu a Lucasfilm há três anos por US$ 4 bilhões, souberam usar a expectativa em torno desse retorno de Star Wars de forma inteligente. Principalmente depois do fracasso da trilogia mais nova, lançada entre 1999 e 2005, o mais importante era criar uma certeza no grande público de que o novo filme não escorregaria na mesma banana. Vídeos e fotos pontuais foram divulgados aos poucos, com periodicidade suficiente para que a marca não saísse da cabeça dos novos e velhos fãs.
Não é por acaso que, perto do fim de 2015, O Despertar da Força seja visto como o maior lançamento do ano – e, veja bem, não faltaram
blockbusters. Star Wars, ao longo das décadas, se tornou um ícone cultural dos maiores. A tarefa de Abrams é árdua: aumentar a chama em torno da mitologia de heróis e vilões armados com sabres de luz. Fica fácil quando, por exemplo, frases como “eu sou seu pai” são reconhecidas pelo grande público, mas o detestável Jar Jar Binks, personagem da nova trilogia rejeitado pelo público, já mostrou que o jogo não começa ganho.