Sandero ganha motor três-cilindros

No Renault, o novo 1-litro, que gera até 82 cv, é parte da família SCe – Divulgação

Já não era sem tempo. Seguindo o exemplo de quase todos os hatches compactos, com exceção do relutante Onix, o Sandero finalmente entrou para o clube dos tricilíndricos. A tendência, iniciada pelo Hyundai HB20 em 2012, produziu motores que combinam eficiência, baixo nível de ruído e ótimo torque, redimindo a má fama que os 1.0 mereciam até então.
No Renault, o novo 1-litro, que gera até 82 cv, é parte da família SCe, de origem Nissan, que também equipa versões de Kwid, Logan, Duster e Captur. No hatch paranaense, a novidade está nas versões Authentique (R$ 43.430) e Expression (R$ 47.040). Mesmo na mais cara, não há ajuste elétrico dos retrovisores externos – o item é oferecido em rivais como o HB20 Comfort Plus, cuja tabela é de R$ 46.570.
Além disso, as travas elétricas não são ativadas automaticamente quando o carro começa a rodar. Quem está habituado com esse mimo pode acabar deixando de trancar o Renault.
O habitat do novo três-cilindros é a cidade, onde o Sandero crava 9,5 km/l de etanol sem que seja preciso se esforçar para poupar combustível. A redução no consumo foi de 19% ante o quatro-cilindros, de acordo com dados da Renault.
Em saídas, é notável a melhora em relação ao motor antigo, com maior oferta de torque em rotações mais baixas, o que deixa a condução menos cansativa. Quando se precisa elevar o giro para além das 3 mil rpm, para ganhar força, o Sandero não sofre como antes.
A partir dos 80 km/h, porém, o nível de ruído aumenta rápido. A 120 km/h, o ponteiro do conta-giros passa de 4 mil rpm e o barulho se torna incômodo, sugerindo que, na estrada, o Renault é um peixe fora d’água.
Nesse momento fica claro que o novo motor 1.0 da marca de origem francesa não é páreo para os tricilíndricos similares de VW e Ford. Ao menos em termos de desempenho.