Saldo de empregos formais na RMC sobe quase 900% em abril

Economista e professora da PUC-Campinas Eliane Rosandiski

Remuneração média também tem aumento

A geração de empregos na Região Metropolitana de Campinas (RMC) teve boa recuperação no mês de abril, com saldo positivo de 3.267 novos postos de trabalho. Em relação a março, houve alta de quase 900%. É o que mostra o novo estudo do Observatório PUC-Campinas com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia.
Campinas foi destaque no período com a criação de 659 vagas, seguida por Indaiatuba e Paulínia. Incluindo os demais municípios da região, os cargos foram preenchidos majoritariamente pelo público masculino (65%). A diferença pode estar atrelada ao aumento substancial nos postos de trabalho para o setor de construção civil.
A remuneração média de R$ 1.809,33 apresentou leve aumento na comparação com o mês de março. O valor considera os salários pagos às mulheres, que estiveram novamente 15% abaixo em relação aos oferecidos para os homens, denotando implícita divisão sexual do trabalho para o preenchimento de determinados cargos. “Geralmente aqueles de menor remuneração são os ocupados por mulheres”, frisa a economista e professora da PUC-Campinas Eliane Rosandiski.
Em relação ao setor de atividade, Serviço esteve à frente no quesito contratação: foram 1.471 vagas no total, com ênfase aos exercícios voltados à alojamento, alimentação e reparos. O setor de Construção Civil esteve logo atrás com a criação de 918 postos. A Indústria, cuja atividade está associada a maior produtividade e salários mais altos, também apresentou saldo positivo no período ao gerar 330 novos empregos.
De modo geral, a economista avalia que ainda é cedo para estimar uma recuperação econômica. “É preciso considerar que muitos empregos estão sendo puxados pela construção civil, que não são oferecidos de maneira constante. Além disso, cabe dizer que a melhora da Indústria é pouco significativa frente aos postos fechados no período recente. É necessário ter cautela, porque os indicadores de queda no PIB ainda não foram revertidos”, finaliza.