Própolis não funciona como repelente

Mensagem de WhatsApp que indica consumo do produto é boato

É falsa a mensagem que circula pelo WhatsApp afirmando que o consumo de própolis funciona como repelente para o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, da zika e da chikungunya. O texto repassado pelo aplicativo diz que a dica é de uma médica do Hospital do Câncer de Barretos, em São Paulo: tomar cinco gotas da substância seria suficiente para ela ser expelida junto ao suor e afugentar o inseto. Segundo especialistas, não há comprovação científica de que o composto produzido pelas abelhas tenha tal capacidade.
“Não há informações sobre trabalhos que tenham testado essa possibilidade”, diz o engenheiro agrônomo Rogério Catharino, membro da Associação Brasileira de Controle de Vetores e Pragas.
“O suor pode, sim, eliminar substâncias capazes de atrair ou repelir o mosquito. Mas não se pode afirmar nada sobre o própolis (pela falta de embasamento científico). Até essa quantidade, cinco gotas, causa estranheza”, destaca o professor de infectologia Edimilson Migowski, diretor do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em nota, o Hospital do Câncer de Barretos esclareceu que a mensagem que está circulando em redes sociais e aplicativos de conversa não é orientação da instituição e de nenhum de seus colaboradores.

complexo B
O boato lembrou outra lenda relacionada às formas de repelir mosquitos: há quem diga que consumir vitaminas do complexo B faz a pele exalar o cheiro delas, o que espanta os insetos. No entanto, também não há comprovação científica de que isso funcione.
“O melhor a fazer é pegar informações com um médico de confiança e seguir as orientações dadas pelo Ministério da Saúde, pelas secretarias de saúde e pelas sociedades médicas. Muitas pessoas espalham dados irresponsáveis pelas redes sociais”, alerta Edimilson Migowski.
O uso de repelentes tradicionais, à base de DEET, icaridina ou IR3535, é a maneira mais eficaz de se proteger das picadas do Aedes aegypti.

22---Dengue

Vírus da zika é isolado em estudo da UFRJ

Pesquisadores da UFRJ anunciaram que conseguiram isolar o genoma do vírus da zika a partir do líquido amniótico de uma gestante que teve a doença e deu à luz uma criança com microcefalia. O bebê morreu 48 horas após o parto. O estudo, que pode ajudar a saber como a infecção afeta mães e filhos, é feita em parceria com cientistas do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto, de Campina Grande, na Paraíba, do Instituto D’Or de Pesquisa e da Fiocruz. As informações são do portal G1.
“Sabemos (por autópsia) que o vírus da zika foi capaz de habitar o cérebro da criança durante a fase de desenvolvimento embrionário, provocando a doença que a fez falecer”, disse o virologista Rodrigo Brindeiro, do Laboratório de Biologia
Molecular.
Em algumas gestantes analisadas pelos cientistas, o vírus da zika foi encontrado no começo da gravidez, sendo identificado por meio de análise do líquido amniótico no começo e no fim da gestação, agredindo o organismo ao longo do tempo que estava sendo gerado o bebê.
“Isolar o vírus pode ajudar a identificar se há mutações no zika em comparação com outros vírus do zika que já são conhecidos e (saber) como eles agridem o tecido cerebral”, afirmou Brindeiro.
Porém, cientistas da UFRJ afirmam que só uma pequena parcela de gestantes dará à luz bebês com algum problema.