O Brasil fica bem mais perto da Fórmula 1

Felipe Drugovich é “o nome” para país voltar ao grid da categoria

No último sábado (10) o Autódromo de Monza, na Itália, foi palco para a maior e mais importante conquista da carreira do piloto brasileiro Felipe Drugovich. Ele se tornou o primeiro representante do Brasil a ser campeão na história da Fórmula 2, a última categoria antes da Fórmula 1 no automobilismo mundial.

Título
“Foi uma corrida estranha”, disse Felipe que ganhou o título mesmo não terminando a prova. “Não tínhamos muito o que fazer depois da curva 4 porque eu fui empurrado para a grama e obrigado a abandonar”, explicou Drugovich.

“Fechar o campeonato assim é diferente, mas muito bom também, porque mostramos que fomos fortes ao longo do ano. Agora vamos nos preocupar em conquistar também o campeonato de equipes”, comemorou o brasileiro.

Drugovich vem mostrando muito potencial desde as categorias mais básicas do automobilismo. Sempre foi um piloto muito rápido na pista, com técnica impecável e determinação de sobra. Mas, nesse campeonato 2022 de F2, Felipe mostrou também equilíbrio e maturidade.

Fórmula 1
Todas essas qualidades chamaram a atenção dos chefões da Fórmula 1. Tanto que Felipe Drugovich já assinou acordo com a equipe Aston Martin para 2023. Ele será piloto de desenvolvimento da escuderia e companheiro de Lance Stroll e do bicampeão Fernando Alonso. “Trabalharei com a equipe de F1, mas meu objetivo principal é aprender e me desenvolver como piloto. Espero que isso me dê a oportunidade de correr na Fórmula 1 no futuro”, disse Felipe Drugovich.

De olho
De acordo com informações que circulam pelos bastidores, Drugovich tem em seu contrato uma cláusula que o liberaria de qualquer compromisso com a Aston Martin, imediatamente, caso um outro time de F1 mostrasse interesse nele. Algo importante já que, recentemente, antes mesmo de ser campeão da F2, Felipe foi visto saindo dos escritórios da toda-poderosa Red Bull – equipe onde atualmente corre o campeão mundial Max Verstappen.

Volta?
O Brasil está longe de uma vaga titular no grid da Fórmula 1 desde 2017, quando Felipe Massa se aposentou das pistas. Já Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão mundial Emerson, participou de duas provas da categoria na temporada de 2020 como piloto substituto da equipe Haas. Pietro segue como encarregado dos testes e reserva da equipe norte-americana.

Quem é Drugo?

Monza (ITA), SEP 9-11 2022 – Italian Grand Prix at Autodromo dit Monza. Felipe Drugovich #11 MP Motorsport. © 2022 Sebastiaan Rozendaal / Dutch Photo Agency

Jovem paranaense mostra qualidade “de sobra”

Felipe Drugovich nasceu em Maringá, Paraná, Brasil, em 2000. Ele iniciou a carreira no kartismo em 2008, com apenas 8 anos de idade, e competiu no Brasil até os 13 anos. De 2013 a 2015 participou de corridas no kartismo internacional, correndo em equipes de ponta como ART Grand Prix e Kosmic Racing, atingindo ótimos resultados nos mais importantes campeonatos internacionais.

O ano de 2016 foi marcado pela estreia de Felipe nos carros de fórmula: disputou o Campeonato Alemão de Fórmula 4 da ADAC e o MRF Challenge 2016/17 no Oriente Médio, no qual garantiu uma vitória em Dubai.

Em 2017, Felipe se destacou e foi o 3º colocado na classificação geral do Campeonato Alemão de Fórmula 4 da ADAC como piloto da Van Amersfoort Racing (VAR). Conquistou 7 vitórias, sendo o piloto com maior número de vitórias na temporada. No final deste mesmo ano, também disputou duas competições com carros de Fórmula 3: a última etapa da FIA F3 em Hockenheim assim como a última etapa da Euroformula Open em Barcelona, na qual estreou com pole position e vitória. Em 2019, Drugo disputou o campeonato da F3 e, no ano seguinte estava na F2. Teve um ano de estreia surpreendente e com ótimos resultados. No ano passado, mudou de equipe mas seguiu na F2 e neste ano conquistou o título inédito com três provas de antecipação.

Fotos: Dutch Photo Agency