Mistura tropical – Honolulu

Havaí é muito mais que um destino para curtir surfe

Waikiki é a área mais cobiçada, pois possui águas calmas e agradáveis onde abriga hotéis luxuosos com preços nas alturas foto: divulgação
Waikiki é a área mais cobiçada, pois possui águas calmas e agradáveis onde abriga hotéis luxuosos com preços nas alturas
foto: divulgação

Se a imagem que você tem do Havaí se concentra em ondas, surfe e hula, repense. É claro que tudo isso faz parte da identidade havaiana e, de fato, merece sua atenção. Mas esse arquipélago vulcânico, com seis ilhas principais, tem mais a mostrar.
O Havaí pode ser um destino para curtir o surfe e as ondas, e também um lugar para levar a família. Pode encantá-lo com trilhas entre vulcões, adormecidos ou não, ou com o dolce far niente à beira-mar. Pode até ser um destino de luxo e compras, ou de simplicidade e contemplação à natureza. E pode surpreendê-lo com uma montanha nevada, onde se pratica até snowboard.
As ilhas havaianas são bem diferentes entre si. Geologicamente mais antiga, Oahu ostenta um típico cenário tropical e abriga a capital, Honolulu, onde vivem 70% da população havaiana, de pouco mais de um milhão de pessoas. Ali se concentra a maior parte dos clichês que você conhece sobre o Havaí. North Shore, com suas ondas gigantes no inverno e calmaria no verão. A estátua de Duke Kahanamoku (1890-1968), que ajudou a propagar a cultura do surfe pelos Estados Unidos e Austrália. Os drinques saborosos e coloridos, com frutas na borda do copo e sombrinhas de decoração E, claro, a famigerada Waikiki.
A Ilha Havaí (ou Big Island), por sua vez, é a mais jovem e inóspita, com um vulcão em plena atividade, o Kilauea. Aliás, evite os passeios que dão a volta na ilha em um dia. São cansativos e corridos – melhor dividir-se entre as cidades de Kona e Hilo e escolher o que fazer nas proximidades em cada uma.
Que tal misturar um pouco desses dois universos, o clichê e o desconhecido? Separamos sete programas fundamentais para incluir em uma primeira viagem a essas duas ilhas. Não esqueça de se dedicar ao planejamento: o trajeto é longo e você não vai querer fazer tudo na correria. Separe ao menos dez dias – se tiver mais tempo, ainda melhor.

Delicioso clichê
Waikiki está para Honolulu assim como Manhattan está para Nova Iorque. É a área mais cobiçada, e não só por causa da praia calma e agradável, onde é possível andar, andar e andar e, ainda assim, ficar com a água na altura dos quadris. A área é também a com menor índice de chuvas – e, por essa razão, repleta de hotéis, dos mais luxuosos aos nem tanto, ambos com os preços nas alturas.
Na praia, as crianças fazem a festa – assim como aqueles que querem dar as primeiras braçadas sobre uma prancha, seja para surfar, velejar ou fazer stand up paddle. À beira-mar, não falta quem ofereça aulas ou aluguéis de equipamentos. Em média, três horas de aula custam US$ 100, mas dá para alugar só a prancha por algo em torno de US$ 20.
Quem acorda cedinho vê os moradores pegando as ondas perfeitas que se formam no horizonte. De quebra, escolhe um bom lugar na areia, antes das hordas de famílias, barcos e pranchas fazerem a areia (principalmente o canto direito, onde se concentram os principais hotéis) ficar tão disputada quanto a de
Copacabana.
À noite, todo esse agito se transfere para a Avenida Kalakaua. É ali que estão as marcas que se espalham nos centros das grandes cidades, das luxuosas Fendi, Louis Vuitton e Chanel às queridinhas do fast-fashion Forever 21, H&M, Zara. Sem falar dos shoppings centers, restaurantes estrelados e fast-foods de praxe.
Assim como Orlando se prepara para atender os brasileiros, com garçons e vendedores que falam português, Waikiki mima os visitantes orientais, com atendimento principalmente em japonês e chinês e vitrines voltadas a atrair esse público. Só para se ter uma ideia, o Japão é o país que mais envia turistas ao arquipélago (depois do próprio Estados Unidos, é claro). Dos mais de 14 milhões de turistas que visitaram o Havaí em 2014, 2,4 milhões vieram do Japão.
Talvez por isso o Marukame Udon (Avenida Kuhio, 2.310) sirva udons tão gostosos (e disputados). A fila na porta para comer esse macarrão ensopado, cuja massa é preparada na hora, na frente dos clientes, é praticamente constante, mas nada como estar com o fuso horário desregulado para se livrar da fila.
Fui lá duas vezes, por volta das 15h30, e peguei uma fila decente e rápida (e ainda conseguir sentar, veja só). Além de saboroso, o preço é atraente. Você pode adicionar acompanhamentos ao seu macarrão, como tempurá de legumes e camarões, cobrados à parte – minha conta, nos dois dias, ficou em torno dos US$ 12.

Menu havaiano
Outro marco local é o Duke’s Cafe (dukeswaikiki.com), que também homenageia o lendário Duke Kahanamoku e fica bem cheio no fim de tarde. De estilo semelhante, o Hula Grill (hulagrillwaikiki. com) tem uma bela vista para o mar, e um cardápio com opções do café da manhã ao jantar. Para uma refeição refinada, o Japengo, no Hotel Hyatt (waikiki.hyatt. com), nos apresentou um menu havaiano-contemporâneo – e, principalmente, delicioso. Faça reserva; a degustação com quatro pratos custa US$ 70 por pessoa.
Demais para seu bolso em tempos de dólar alto? Não se preocupe. Às terças e quintas-feiras, o lobby do hotel recebe um farmer’s market, feira livre local, com comidinhas típicas que custam, em média, US$ 5. Se jogue no ahi poke (salada de atum cru apimentado) e outras delícias.