Maioria dos jovens não se preocupa com a saúde

Uma pesquisa revelou que 70% dos jovens quase não vão ao médico. Feito pela ONG Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia), o estudo aponta que esse alto percentual de entrevistados procura raramente ou ocasionalmente aos serviços da saúde.
Segundo o levantamento, as meninas vão ao médico mais por questões preventivas e consultas de rotina (45,5%) enquanto os adolescentes do sexo masculino vão aos postos mais em casos emergenciais (40,9%), como uma dor pontual. Foram ouvidas pessoas com idades de 14 a 21 anos.
“O jovem não tem esse cuidado com a saúde. E não estamos nos referindo a remédios, mas à prevenção de doenças. Isso é mais acentuado nos rapazes e perpassa toda a vida adulta masculina” – afirma
Jacqueline Pitanguy, coordenadora da Cepia.
A pediatra Maria Fernanda Motta concorda que é muito comum, nessa fase de transição e busca pela identidade, a resistência pelo atendimento de saúde e reforça o quão prejudicial isso pode ser.
“Existem muitas questões pertinentes à adolescência: transtornos alimentares e psiquiátricos, como o transtorno obsessivo compulsivo e a depressão; doenças sexualmente transmissíveis; hipertensão arterial. Essas e outras doenças podem ser identificadas de forma precoce quando há acompanhamento médico” – pontua a médica do Hospital Rios D’Or.
Já com relação à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes, a maioria das meninas afirma ter sido vacinada contra o vírus HPV (57,6%), percentual que cai para 31,8% quando trata-se dos meninos. Por outro lado, 81,8% deles tiveram acesso a métodos contraceptivos, o que significa 30% a mais que as meninas.
“As adolescentes estão tomando pé da sua vida sexual? Muitas vezes ficam na mão de os meninos usarem camisinha. É importante que elas tenham controle da sua reprodutividade – ressalta Jacqueline.