Jogos de tabuleiro são como uma academia

Atividade beneficia funções cognitivas como a atenção

texto: Ana Paula Blower/infoglobo | foto: divulgação/supera
texto: Ana Paula Blower/infoglobo | foto: divulgação/supera

Com tantas opções de joguinhos em celular, tablet ou videogame, é quase raro ver alguém optando pelos de tabuleiro. Mas o que a ciência vem provando é que eles têm um efeito muito positivo na saúde cerebral. Os jogos de tabuleiro seriam como uma ginástica para o cérebro. A prática, portanto, traz benefícios como melhoria das funções cognitivas, como memória e concentração, e para o convívio social tanto em crianças, como adolescentes e idosos.
“Alguns estudos mostram essas melhorias. Seria uma das estratégias para preservar as funções para um envelhecimento saudável. Pode, então, ajudar na prevenção de doenças degenerativas, como alterações de memória e Alzheimer”- afirma a neurologista Jerusa Smid, da Academia Brasileira de Neurologia.
Ela acrescenta que outras práticas, como a da dança e a da leitura, também podem ajudar nesse processo. Algumas pesquisas correlacionaram tais hábitos, incluindo os jogos de tabuleiro, com menos chances de haver danos ao longo do tempo.
“São atividades que aumentam as reservas cognitivas e, com isso, a capacidade do cérebro de enfrentar e retardar o surgimento de uma doença, se vier. É como uma poupança diante de uma crise financeira” – diz a médica.
A especialista em ginástica cerebral, da rede de cursos Supera, Leila Medina lembra que os jogos de tabuleiro auxiliam em todas as faixas etárias, trazendo no raciocínio, ganho de agilidade e até de coordenação motora.
“Trabalha-se a competitividade, cooperação. Coloca em prática habilidades de tomada de decisão e resolução de problemas” – observa.

Alunos em sala de aula para desenvolver habilidades como raciocínio, ganho de agilidade etc
Alunos em sala de aula para desenvolver habilidades como raciocínio, ganho de agilidade etc

melhora aprendizado da criança

Leila Medina ressalta ainda que, para as crianças, os jogos contribuem para o aprendizado. O jogo ensina também a saber esperar a vez, a seguir regras e a interagir com o grupo. Para os idosos, o jogo estimula as conexões neurais responsáveis pelo desempenho cognitivo de forma geral. Além disso, melhora a autoestima, proporcionando o convívio social e fazendo com que ele perceba que ainda é capaz.
“Assim, aumenta a persistência, ajuda a não desistir, tentar de novo, o que influencia na qualidade de vida dele” – afirma Leila.
De acordo com os professores do Supera, os jogos individuais estimulam os raciocínios lógico, analítico, visual e espacial. Já as atividades coletivas simulam situações competitivas e/ou cooperativas, colocando em prática as habilidades citadas anteriormente, além do relacionamento interpessoal.

exemplos

Sudoku: Ajuda no desenvolvimento do raciocínio numérico e da percepção visual.

Rummikub: Trabalha a memória, atenção, estratégia e o raciocínio lógico. Já no baralho, o raciocínio lógico e o pensamento lateral são estimulados.