Insônia, sem pregar os olhos

Cerca de 76% da população brasileira têm alguma queixa

Depois de um dia corrido, nada melhor do que cair na cama e descansar até o dia seguinte. Pode parecer simples e prazerosa, mas conseguir fechar os olhos à noite, às vezes, é um sacrifício para bem mais da metade da nossa população. Segundo a Associação Brasileira do Sono, 76% da população já tiveram alguma dificuldade para dormir.
“Os brasileiros estão com um grau de estresse e ansiedade aumentados, principalmente nas grandes cidades. E com todo o avanço da tecnologia, as pessoas acabam ficando muito tempo com celulares antes de dormir, e a luminosidade que vem deles atrapalha a produção de melatonina, hormônio do sono” – explica Julia Gouvêa, médica especializada em medicina preventiva.
Desligar eletrônicos e tomar um banho morno podem ajudar (veja outras dicas ao lado). Mas há outros fatores que podem prejudicar o sono, como consumo de álcool, problemas respiratórios e doenças neurológicas. Além disso, a Organização Mundial da Saúde estima que 80 milhões de brasileiros sofram de insônia.
“A insônia é a dificuldade de dormir ou de manter o sono. De acordo com os manuais, para ser considerado como tal, o problema de dormir deve ocorrer pelo menos três vezes por semana em um período de três meses. Mas, se o paciente não está dormindo bem, independentemente de quantas vezes isso ocorreu, ele deve procurar um médico” – orienta Luciano Ribeiro Pinto, presidente da Associação Brasileira do Sono.
Quem tem dificuldade para dormir deve procurar especialistas em sono, que são neurologistas ou psiquiatras.
As mulheres são campeãs em insônia, principalmente se estão na menopausa. Por acumularem muitas cobranças e afazeres, elas costumam não ter boas noites de sono. Uma das atitudes que pode ajudar a reverter a situação é estabelecer horários mais rígidos para dormir e acordar.

Terapia para dormir
Quem não tem uma boa noite de sono pode apresentar problemas de memória e concentração e até aumento de peso.
“Se a pessoa não tem um sono reparador, ela fica mais irritada, cansada e, por lhe faltar energia, acaba comendo muito mais, para repor o que falta por meio da alimentação” – alerta Julia Gouvêa.
Como a dificuldade para dormir tem várias causas, o tratamento vai variar de pessoa para pessoa, mas fazer sessões de terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a aliviar o estresse, um dos grandes vilões de quem quer dormir bem.
“Neste tratamento, ensinamos métodos de higiene do sono e comportamentos que devem ser executados. É uma terapia breve, em que o paciente reaprende a dormir. Há também o tratamento por meio de remédios, que deve ser orientado pelo médico – finaliza Luciano.