Dormir além da conta prejudica o raciocínio

Segundo especialista, exagerar no descanso não compensa o sono perdido

texto: Ana Paula Blower /infoglobo | foto: divulgação
texto: Ana Paula Blower /infoglobo | foto: divulgação

Você é daqueles que conta os dias para chegar o fim de semana para colocar o sono em dia? Uma solução para isso é dormir por horas e horas, muitos pensam. Mas essa não é uma boa saída. Um estudo da Universidade Baylor, no Texas, nos Estados Unidos, mostra que dormir além do necessário pode trazer danos ao sistema cognitivo, prejudicando a concentração e o raciocínio.
“Muito do que acontece em nosso corpo faz ciclos a cada 24 horas. A gente não hiberna. Por isso, sono perdido é sono perdido. Na noite em que não dormiu, a pessoa teve uma produção excessiva e irregular de hormônios e de neurotransmissores, alterando o funcionamento do metabolismo. O organismo como um todo foi afetado, e isso não regenera” – explica Andrea Bacelar, médica da Associação Brasileira do Sono.
Mas, então, como deve ser o sono ideal? De acordo com a especialista, em média, uma pessoa adulta deve dormir entre sete e oito horas por noite para se sentir bem.

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Dormir durante a noite é respeitar a biologia

Cientistas monitoraram os padrões de sono de 28 alunos e viram que 79% deles dormiam menos de sete horas em, pelo menos, três dias na semana. Para a autora do estudo, Elise King, é mito que as ideias surgem na madrugada. Ela cita a ansiedade e outros danos emocionais como consequências disso.
“O ideal é ter horário inalterado de sono (dormir e acordar sempre na mesma hora). Nosso organismo foi programado para dormir com o fim da luz do sol e acordar com o raiar do dia” – pontua Lucas Lemes, otorrino especialista na área do sono.
Ao dormir, ele diz, não é o corpo que adormece, mas o cérebro. E se a química dele não for normalizada, não adianta querer dormir mais.
“Já havia um dano das horas mal dormidas. Compensar no fim de semana terá efeito pior no descanso. Tente dormir normalmente” – conclui.