Comportamento pode ser doença – ‘pavio curto’

Estudo associa raiva à massa cinzenta do cérebro à emoção

Se mesmo pequenas situações do dia a dia lhe causam raiva a ponto de lhe tirar do sério, a estrutura de seu cérebro pode ser a culpada. Um novo estudo publicado no jornal científico ‘Biological Psychiatry: Cognitive Neuroscience’ aponta que pessoas com transtorno explosivo intermitente (TEI), conhecido também como síndrome de Hulk, têm menos massa cinzenta nas regiões frontolímbicas, responsáveis por regular emoções no sistema nervoso central. Em outras palavras, quem é ‘pavio curto’ tem o ‘cérebro emocional’ menor.
Caracterizado por episódios de fúria impulsivos e recorrentes, que às vezes envolvem agressões, o transtorno explosivo intermitente não é simplesmente um problema de personalidade, mas uma consequência de um distúrbio físico do cérebro, concluíram os cientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
“Embora mais comum do que o transtorno bipolar e a esquizofrenia, o TEI é visto por muitos na comunidade científica como apenas um mau comportamento que requer uma mudança de atitude”, disse o pesquisador Emil Coccaro, principal autor do estudo e um dos maiores especialistas no assunto no mundo, ao jornal britânico ‘Daily Mail’.
Na pesquisa, exames de neuroimagem mostraram que quanto maior o nível de agressividade, menor a quantidade de massa cinzenta nas regiões frontolímbicas do cérebro.
“O estudo é bastante interessante, mas, por enquanto, a descoberta não muda nada no tratamento”, afirmou a psicóloga Liliana Seger, coordenadora do Grupo de Transtorno Explosivo Intermitente do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

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