Aventura épica estreia ben-hur

Rodrigo Santoro interpreta Cristo no longa-metragem

Judah Ben-Hur é um príncipe falsamente acusado de traição por seu irmão adotivo Messala, um oficial do Exército romano divulgação
Judah Ben-Hur é um príncipe falsamente acusado de traição por seu irmão adotivo Messala, um oficial do Exército romano
divulgação

Jack Huston, ator inglês de 33 anos – o Judah da nova versão de Ben-Hur, que estreou na
quinta-feira (18), pertence duplamente à nobreza. Ele riu quando o repórter lhe disse isso, no encontro que tiveram em São Paulo, quando Jack veio promover o longa do russo Timur Bekmambetov com seu colega brasileiro, Rodrigo Santoro, que faz o Cristo. Por parte de mãe, Jack é aristocrata – ela é Lady Margot Lavinia Cholmondeley Anthony. O pai é Walter Huston, filho do lendário John Huston e, portanto, o ator é neto do grande diretor e sobrinho de Anjelica Huston. Pertence à nobreza de Hollywood. Ele ri. “Vivi sempre dividido entre EUA e a Inglaterra, e para meus amigos norte-americanos pouco importava que minha mãe fosse lady. Para os ingleses, salvo em um círculo muito reduzido de cinéfilos, Huston também não significava muito.”
Mas ele conta que, um pouco por influência do avô – que morreu quando ele tinha 5 anos -, o cinema sempre fez parte de sua vida. “Até onde me lembro, minha família sempre viu e discutiu filmes Ben-Hur, a famosa versão dos 11 Oscars, de William Wyler, de 1959, fazia parte do nosso repertório. John foi roteirista de Willie, você sabe (em Jezebel) e eu cresci ouvindo a história sobre como Gore Vidal enganou Charlton Heston e o fez representar aquela história velada de homossexualidade.” Jack Huston refere-se à ligação de Ben-Hur e Messala, o tribuno romano criado por Stephen Boyd. Jack admite que ficou bem curioso quando soube que haveria uma nova versão. A simples curiosidade virou excitação quando seu nome começou a ser cogitado e Timur marcou um encontro com ele. “Oh, meu Deus”, pensou.
O entusiasmo foi maior porque não se trata de um remake, o que o filme de Wyler era da primeira versão, de Fred Niblo, nos anos 1920. “Não acreditei quando li o roteiro. Estava mais para um ‘reboot’. Timur e os roteiristas compactaram o plot, reduziram a duração, inverteram a temporalidade. Porém o mais impressionante é como, em uma época de tensões políticas e religiosas como a nossa, uma época de radicalismo, eles mudaram o desfecho. A história de ódio, a exemplo do Cristo, vira de amor e de perdão. Sei que tem gente que vai estranhar e até não gostar, mas, como ator, achei um desafio e tanto.” Seu Judah Ben-Hur, ele reconhece, é muito diferente do de Charlton Heston. “O dele era bigger than life, maior que a vida. O meu é um garoto que faz um duro aprendizado para amadurecer.”
E como foi contracenar com Rodrigo Santoro, como Cristo? “Claro que o papel dele é mais icônico que o meu, mas Judah deu o Oscar para Charlton. Felizmente, tínhamos uma diretora de elenco e Timur que nos diziam – ‘Não tentem imitar ninguém, o que vocês podem e devem fazer é encontrar esses personagens em vocês.’ E foi o que fizemos.”
O mais difícil foi a corrida de bigas – seis semanas inteiras de filmagem. “Demorei mais de uma semana só para me ambientar com os cavalos. Quando consegui ficar de pé na biga, Timur foi direto – ‘Agora você já pode representar.’ Pois o desafio é esse, às vezes, você foca tanto em alguma outra coisa, os cavalos por exemplo, que se esquece de representar.”

https://www.youtube.com/watch?v=zUEDdgutKFw