VW Jetta encara Toyota Corolla

Modelos de luxo custam mais de R$ 100 mil

Agora com novo motor 1.4, o Jetta ganha fôlego para brigar de verdade com o líder de vendas da Toyota entre os sedãs médios texto: Por Igor Macário | fotos: divulgação
Agora com novo motor 1.4, o Jetta ganha fôlego para brigar de verdade com o líder de vendas da Toyota entre os sedãs médios
texto: Por Igor Macário | fotos: divulgação

O Volkswagen Jetta sempre teve qualidades, mas o antigo motor 2.0 flexível de 120 cv das versões de entrada e intermediária nunca conseguiu dar ao carro um desempenho convincente. Agora, a marca superou esse problema com o 1.4 turbo, a gasolina, que também está no Golf – no hatch, em versão flexível. Renovado, o sedã chama para a briga o líder do segmento, Toyota Corolla. E, graças a seus atributos e ao bom desempenho obtido com o novo quatro-cilindros, o VW ganhou o comparativo. E por boa margem, já que também é superior ao líder em vários outros quesitos.
A começar pelo preço. A versão Comfortline, a mais cara com o motor 1.4, começa em R$ 90.890. Com todos os equipamentos disponíveis, chega a R$ 102.833. Já a opção Altis, de topo do Corolla, tem preço sugerido de R$ 104.650.
A lista de itens é equilibrada: há exclusividades no Jetta e no Corolla. Mas o Volkswagen se sobressai nos detalhes. Só ele – que tem a produção dividida entre São Bernardo do Campo (SP) e México, traz controle eletrônico de estabilidade (ESP), que é de série, e teto solar (opcional).
O Corolla, produzido em Indaiatuba (SP), contra-ataca com os ajustes elétricos do banco do motorista (no do Jetta a regulagem é manual) e os sete airbags (com direito a um para os joelhos do motorista), ante os quatro do VW. Apenas a versão Highline do Jetta, que vem com motor 2.0 turbo de 211 cv e é tabelada a R$ 106.690, traz seis airbags entre os itens de série.
Os dois sedãs têm bancos de couro e ar-condicionado automático (com duas zonas de temperatura no Jetta). O VW também traz sensores de obstáculos na frente e atrás, enquanto o Corolla se vira apenas com uma câmera na traseira, sem avisos sonoros.
Em comum, há ainda a central multimídia. Só a do Jetta traz espelhamento com smartphones por meio de Android Auto e Apple CarPlay. O sistema é também mais fácil de usar que o do rival.
Os dois também são espaçosos – o Corolla acomoda um pouco melhor os ocupantes de trás graças ao entre-eixos 5 cm maior. Já o porta-malas do Jetta tem 510 litros, ante 470 l do bagageiro do Toyota.
O diferencial que decidiu a disputa está sob o capô do Jetta. O nacionalizado 1.4, que gera 150 cv e 25,5 mkgf, entregues a 1.500 rpm, faz par equilibrado e animado com o câmbio automático de seis marchas. É bem melhor que a dupla formada pelo 2.0 de 153 cv e o CVT do rival.

Sedã VW com novo 1.4
É em movimento que a distância entre Corolla e Jetta aparece. Literalmente, já que o sedã da VW dispara à frente quando o motorista pisa mais forte no pedal do acelerador. O 1.4 turbo reage rápido e o VW ganha velocidade com vigor.
O câmbio automático de seis marchas até patina um pouco em acelerações e ‘segura’ o ímpeto do motor, mas as respostas são bem acima do que se pode esperar de um carro desse porte. As trocas são rápidas e há pouca indecisão sobre qual marcha será usada.
O 1.4 surpreende também pelo baixo consumo de combustível. Em velocidade de cruzeiro de 110 km/h, na estrada, o sedã superou os 16 km/l, de acordo com dados do computador de bordo. O Corolla consegue boas médias rodoviárias, mas na casa dos 12 km/l com gasolina.
O Toyota é melhor para quem gosta de dirigir sem pressa. É nessa situação que o conjunto formado pelo 2.0 aspirado e o câmbio CVT mostra suas principais qualidades, que são conforto e silêncio a bordo.
O CVT é bom, não eleva as rotações sem necessidade e tem até sete marchas simuladas no modo manual, mas está longe de entregar prazer ao dirigir como o conjunto do Jetta.

O Corolla oferece uma central multimidia mais completa que o VW
O Corolla oferece uma central multimidia mais completa que o VW