Vício em videogame pode ser distúrbio mental, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) deve incluir o vício em videogames como um distúrbio mental na próxima edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), que será apresentado em maio, na Assembleia Geral do órgão. O rascunho do documento lista a condição como uma ‘desordem relacionada a comportamentos viciantes’, junto à dependência em jogos de azar.
“A desordem relacionada aos jogos é caracterizada por um padrão de comportamento persistente ou recorrente (com jogos digitais ou videogames), que pode ser online ou offline, manifestada por: controle prejudicado sobre o jogo; aumento da prioridade dada ao jogo na medida em que ele assuma precedência sobre outros interesses da vida e atividades diárias; e continuação ou escalada dos jogos apesar da ocorrência de consequências negativas”, diz o rascunho do documento.
O comportamento pode ser classificado como uma desordem quando for suficiente para prejudicar a vida “pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes”. O padrão do excesso nos jogos eletrônicos deve ser “contínuo ou episódico e recorrente”, tendo duração por “ao menos 12 meses para que o diagnóstico” seja feito. Mas a duração requerida pode ser encurtada caso os sintomas sejam severos.
“Ter o distúrbio incluído na CID é um reconhecimento dos estudos realizados na busca por sintomas para a determinação dos critérios de diagnóstico e propostas de tratamento” – opina a psicóloga Luciana Nunes, fundadora do Instituto Psicoinfo. “A inclusão no CID é pré-requisito para o atendimento em hospitais públicos e para a cobertura dos planos de saúde.