Ucrânia tem 1.480 civis mortos e pelo menos 2.195 feridos

GUERRA NA EUROPA

A3 - Gabinete do Presidente da Ucrânia

Pelo menos 1.480 civis foram mortos e pelo menos 2.195 ficaram feridos na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, disse Rosemary DiCarlo, subsecretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para assuntos políticos e de construção da paz.

Citando números atualizados do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH, sigla em inglês), DiCarlo disse que o ACNUDH acredita que os números reais de vítimas civis são “consideravelmente maiores”.

Ela observou que o número de civis ucranianos no conflito “mais que dobrou” desde a última vez que ela informou o Conselho de Segurança em 17 de março.

“As cidades ucranianas continuam a ser impiedosamente atacadas, muitas vezes indiscriminadamente, por artilharia pesada e bombardeios aéreos. E centenas de milhares de pessoas, incluindo crianças, idosos e deficientes, permanecem presos em áreas cercadas sob condições de pesadelo”, disse DiCarlo na segunda-feira (4) em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Horror
“O horror se aprofundou no fim de semana passado quando imagens chocantes surgiram de civis mortos – alguns com as mãos amarradas – nas ruas de Bucha, a cidade perto de Kiev anteriormente controlada pelas forças russas. Muitos corpos também foram encontrados em uma vala comum na mesma localidade.”

DiCarlo também observou que os cuidados médicos e os serviços básicos também estão sendo interrompidos na Ucrânia, com pelo menos 85 ataques a instalações de saúde registrados em 4 de abril, segundo a Organização Mundial da Saúde. Esses ataques resultaram em pelo menos 72 mortes e 43 feridos, disse DiCarlo.

Arbitrariedade
A ONU também está “seriamente preocupada” com as “prisões arbitrárias e desaparecimentos forçados de pessoas que se manifestaram contra a invasão russa”, disse DiCarlo.

“O ACNUDH documentou a detenção arbitrária e o possível desaparecimento forçado de 22 jornalistas e membros da sociedade civil” na Ucrânia, bem como 24 funcionários locais que foram detidos em regiões sob controle russo, 13 dos quais foram libertados, disse DiCarlo.

Imprensa
Ela acrescentou que, em 30 de março, o ACNUDH também registrou a morte de sete jornalistas e trabalhadores da mídia.

Houve alegações “de violência sexual relacionada a conflitos” por forças russas e ucranianas e milícias de defesa civil, continuou DiCarlo. “A Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia continua buscando verificar todas essas alegações”.

Sem saída
Vladimir Putin, presidente da Rússia, jogou um balde de água fria nas negociações de paz. O líder disse com todas as letras que os encontros “estão em um beco sem saída”. Putin afirmou que a Ucrânia mudou de posição e os termos da conversa não são mais aceitáveis. A operação militar russa deve continuar até a “conclusão total”.

Do outro lado, Mykhailo Podolyak, conselheiro presidêncial e principal negociador da Ucrânia, mantém o otimismo. “As negociações estão extremamente difíceis. Mas elas estão em andamento. Está claro que o lado russo usa de táticas de pressão. Inclusive por declarações públicas”, afirmou Podolyak.

A Rússia vai continuar as operações militares de forma ritmada e calma, disse Vladimir Putin. Segundo ele, o país não tem outra escolha, porque precisa defender as pessoas que falam russo e vivem na região leste da Ucrânia.

Crédito: Gabinete da Presidência da Ucrânia