Suplementação na infância e adolescência

Suplementos multivitamínicos são opções para reforçar a nutrição

Murilo, com a terapeuta Myrian Mattos: ele usa suplementos por recomendação médica texto: Ana Paula Blower/infoglobo | foto: divulgação
Murilo, com a terapeuta Myrian Mattos: ele usa suplementos por recomendação médica
texto: Ana Paula Blower/infoglobo | foto: divulgação

Desde os 2 anos, Murilo Lobato toma suplementos alimentares. O menino, que hoje tem 4, é autista e seu organismo não absorve totalmente os nutrientes de sua dieta. Já a estudante Giovana Vilela, de 15, teve que reforçar a vitamina B12 por não tê-la presente em sua alimentação – pobre em proteína animal.
Os motivos podem ser diversos, mas quando faltam vitaminas e nutrientes no corpo, um reforço externo é necessário. Com orientação médica e nutricional, o uso de suplementos ajuda a não comprometer o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Mas especialistas lembram: esses produtos não substituem a alimentação, que deve ser priorizada, quando possível, como fonte de benefícios.
“Os suplementos nutricionais são elementos proteicos, energéticos, que têm condição de manter ou recuperar o estado nutricional. Acrescidos de vitaminas e minerais, são indicados para a criança que não come bem, para ganhar peso, para a recuperação das que tiveram uma doença e deixaram de comer por algum tempo” – diz Mauro Fisberg, do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O especialista em medicina do esporte Hélio Ventura afirma que, normalmente, os suplementos são à base de substâncias extraídas de alimentos, que nosso corpo conhece e produz, como a arginina, que estimula o hormônio do crescimento. O uso a mais destas substâncias, ele explica, seria para otimizar uma etapa do metabolismo.
“A falta de ferro, vitaminas B12 e ácido fólico pode causar anemia, dificuldade de aprendizado. A carência de vitamina D, problemas ósseos e dentários. As deficiências têm que ser avaliadas por equipe médica e exames laboratoriais. Se não resolver, a criança pode pagar alto preço no crescimento” – observa Ventura.
Os pais devem estar atentos a alguns sinais para identificar o problema, como alteração de sono e de humor e infecções frequentes.

18---Suplementação-(3)

depoimento

Giovanna Vilela, estudante, 15 anos

Nunca tinha sentido nada, mas em um exame de sangue apareceu que eu estava com falta de vitamina B12. Falei com meu pediatra e ele receitou. Ela é líquida e tomo duas gotas por dia. Agora, faço exames periodicamente. Eu sou chata para comer e nunca fui de comer muita carne. Não tenho o hábito desde mais nova e, depois que eu fiquei mais velha, vi que queria continuar a não comer pelo impacto que tem na natureza e pelos animais.

18---Suplementação-(1)

Quando os alimentos não são suficientes

Por uma série de condições provenientes do autismo, como inflamações no trato intestinal, o uso de suplementos é a única saída para o equilíbrio nutricional de Murilo.
“Os tratamentos se complementam. Com suplementos, melhorou a parte respiratória, fortaleceu o organismo” – diz a mãe, Claudia Lobato.
O pediatra Fisberg lembra que, na ausência de uma patologia, o ideal é buscar nutrientes na alimentação.
“Mas a criança pode simplesmente não comer e o suplemento age como apoio até o reequilíbrio nutricional, mas não de cura” – conclui.