Meditação também é coisa de criança

Técnica infantil pode diminuir a ansiedade e melhorar o foco

iniciativa: José de Hollanda, de 5 anos, pediu à mãe para praticar meditação texto: Elisa Clavery | foto: reprodução/facebook
iniciativa: José de Hollanda, de 5 anos, pediu à mãe para praticar meditação
texto: Elisa Clavery | foto: reprodução/facebook

Correr, pular e fazer bagunça são atitudes esperadas, e saudáveis, na vida das crianças. Mas não significa que elas não possam, também, relaxar, prestar atenção na respiração e – por que não? – meditar. Embora a meditação infantil seja diferente da dos adultos, os benefícios são parecidos, como diminuir a ansiedade e melhorar o foco e a criatividade.
“As crianças estão voltadas a estímulos externos, o que podem dificultar sua concentração. A meditação melhora o aprendizado, além de dar um sentimento de prazer, com a liberação da endorfina”, explica o instrutor de meditação e psicoterapeuta Jonas Antunes Ramos, que oferece um curso online para pais que querem praticar meditação com os filhos, pelo instituto ‘Meditação para crianças’.
A partir dos 12 anos, a criança já pode fazer a meditação tradicional, de adultos. Antes disso, porém, a prática deve ser voltada para o universo infantil, e a resposta das crianças também será diferente.
“Apesar de, muitas vezes, elas não parecerem devagar ou prestar atenção, no fim da prática nota-se que elas assimilaram tudo ou quase tudo. O que parece dispersão é só uma atitude da infância”, explica Kelsang Drime, professor do centro de meditação ‘Kadampa Rio’, em Botafogo, que oferece aulas de meditação infantil.
A psicóloga Fabiane Curvo alerta que, para a meditação funcionar, é preciso que o interesse parta da criança: “os pais podem convidar, levar a um primeiro encontro, mas a criança não pode ser obrigada. É difícil no início, assim como com o adulto”.
Os benefícios também são destacados pelos
médicos.
“É uma ótima ferramenta para que a criança tenha autocontrole, melhore a respiração e relaxe. Não vejo contraindicação, desde que tenha bom direcionamento e não seja uma imposição de crenças”, diz a pediatra Thais Okada, que levava a filha, criança, para sessões de meditação e ioga: – Acho válido começar com uma idade que a criança entenda o que está fazendo.

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