Sinal de alerta para as mulheres – câncer de mama

Dia Nacional da Mamografia chama atenção para a importância do exame

Apenas o autoexame das mamas não basta para diagnosticar
Apenas o autoexame das mamas não basta para diagnosticar

O Dia Nacional da Mamografia foi celebrado no domingo (5) para reforçar a importância do exame que identifica o câncer de mama. A doença afeta 57 mil mulheres por ano, mas é um tumor curável em até 98% dos casos se detectado na fase inicial e o diagnóstico precoce pode evitar a retirada do seio.
Há, no entanto, um debate sobre idade que as mulheres devem começar a fazer a mamografia. O Ministério da Saúde recomenda a realização do exame entre os 50 e 69 anos, ou antes, se houver casos na família. Em países desenvolvidos, entretanto, a recomendação começa a partir de idades entre 35 e 40 anos.
“Em países desenvolvidos, o câncer é rastreado em média aos 62 anos. No Brasil, estudos mostram que o câncer aparece mais cedo, em mulheres na faixa dos 50 anos ou até menos.” – explica Gilberto Amorim, oncologista e coordenador de oncologia do grupo D’Or.
A mamografia não tem radiação suficiente para causar danos ao corpo, sendo o benefício da detecção precoce muito maior.
Segundo o oncologista e diretor da Carlos Augusto de Andrade, a obesidade também é um fator de risco para qualquer tipo de câncer.
“Nos EUA, a obesidade é a causa de 30% dos casos de câncer. E os índices tendem a aumentar nos próximos anos. Estudos mostram que mulheres atletas têm menos câncer de mama”.
A recomendação é que as pacientes não usem creme, talco ou desodorante na região das mamas e axilas no dia da mamografia. Elas devem levar também o exame anterior para comparação, segundo a ginecologista Maria Elisa Noriler. Ela explica que o procedimento pode causar dor porque o aparelho que faz o exame comprime as mamas e recomenda que as mulheres façam o exame fora do período pré-menstrual.

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depoimento

Vivian Perl, roteirista, 67 anos

Fui diagnosticada com câncer de mama em 1999, aos 49 anos. Fiz cirurgia e quimioterapia, mas não perdi a mama porque o câncer foi encontrado cedo. Não foi fácil, mas o procedimento é menos invasivo quando se detecta precocemente. Mas quando o mastologista viu meu exame, ele disse que meu câncer poderia ter sido identificado um ano antes se meu ginecologista tivesse visto todo o exame e não apenas o laudo. Mulheres, façam a mamografia anualmente, levem para seus médicos e observem e conheçam seus corpos.
Fui diagnosticada com câncer de mama em 1999, aos 49 anos. Fiz cirurgia e quimioterapia, mas não perdi a mama porque o câncer foi encontrado cedo. Não foi fácil, mas o procedimento é menos invasivo quando se detecta precocemente. Mas quando o mastologista viu meu exame, ele disse que meu câncer poderia ter sido identificado um ano antes se meu ginecologista tivesse visto todo o exame e não apenas o laudo. Mulheres, façam a mamografia anualmente, levem para seus médicos e observem e conheçam seus corpos.

exames evoluem

Existe hoje um exame ainda mais eficaz que a mamografia, mas que é pouco difundido no Brasil e ainda não está disponível na rede pública de saúde. A tomossíntese custa em média 50% a mais que o exame comum, mas pode identificar um tumor em um estágio bem menos evoluído que a mamografia.
“É uma variação da mamografia, que usa recursos de um software para fatiar a imagem da mama e identificar tumores menores, que ficam escondidos” – explica a radiologista Ellyete Canella e coordenadora da área no hospital Quinta D’or.
Ela acredita que no futuro, o exame, que chegou ao Brasil há cerca de três anos, pode substituir a mamografia .
“Na tomossíntese, a imagem da mama é adquirida em bloco e depois são recriadas imagens com um milímetro de espessura, permitindo detectar pequenas lesões escondidas na glândula, inclusive em seu estágio inicial (menores que 10 milímetros), e não palpáveis, impossíveis de serem identificados no autoexame” – diz a especialista.
A profissional alerta que o diagnóstico precoce aumenta a chance de sobrevida e permite tratamento mais conservador.