Riscos são ignorados

Pesquisa mostra que pessoas não sabem prevenir

foto: divulgação | texto: Camilla Muniz
foto: divulgação | texto: Camilla Muniz

Seja no ônibus, no escritório ou na academia, não é difícil ver pessoas com fones de ouvido no volume máximo. Esse é apenas um dos hábitos prejudiciais à saúde auditiva comuns no dia a dia, que acaba, muitas vezes, negligenciando cuidados necessários para evitar a surdez. Uma pesquisa realizada pela empresa Med-El em cinco capitais revelou que 64% da população do país não previnem a perda de audição.
Segundo o otorrinolaringologista Shiro Tomita, a perda natural de audição, relacionada ao envelhecimento, começava aos 42 anos. No entanto, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, devido à exposição frequente a ruídos acima de 85 decibéis, essa perda, agora, se inicia por volta dos 37 anos.
“A maioria das pessoas não se preocupa com a surdez, até passar a sentir dificuldade para ouvir música, por exemplo. Não entender direito o que os outros falam, zumbidos e chiados no ouvido podem ser sintomas de perda auditiva”, diz Tomita, professor titular do Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

causas variadas
Além da poluição sonora, infecções no ouvido, rubéola, caxumba e problemas metabólicos, como diabetes, podem causar a degeneração de áreas nobres do ouvido e levar a algum grau de surdez. De acordo com a fonoaudióloga Marília Botelho, dependendo da gravidade, o tratamento é diferente. “O aparelho auditivo é indicado para todos os graus de perda, porque promove estimulação acústica. Quando não há sucesso com ele, pode-se considerar o uso de próteses implantáveis, como o implante coclear, solução para a surdez severa e profunda”, diz Marília.
A maioria dos entrevistados (34%) da pesquisa disse que, em caso de surdez, sentiria mais falta de ouvir música, filmes, novelas e notícias.20---Surdez_gráfico