Quando a comida vira válvula de escape para o estresse

Distúrbio é descrito como a vontade de diminuir o desconforto

texto: Ana Paula Blower/infoglobo | foto: divulgação
texto: Ana Paula Blower/infoglobo | foto: divulgação

A segunda-feira é conhecida como o dia oficial de começar a dieta. Manter o foco em busca da medida certa, entretanto, não é fácil. Ainda mais quando a comida vira uma válvula de escape para situações desagradáveis. Quando se alimentar funciona como uma ajuda para lidar com problemas pessoais, o apetite é considerado por especialistas como ‘fome emocional’.
“Pode-se dizer que é a vontade de diminuir a sensação do desconforto emocional por meio da comida, enquanto a fome fisiológica é a necessidade real.” – explica Marcia Daskal, nutricionista e proprietária da Recomendo Assessoria em Nutrição.
“A endorfina tem ação relaxante e a serotonina atua no humor, principalmente. Algumas coisas estimulam esses neurotransmissores, como comida e exercício. Quanto maior a necessidade de aplacar o estresse, mais comida se ingere. Quando se dá conta, já buscou conforto na comida.” – comenta a psiquiatra Fernanda Ramallo.
Para tratar a compulsão alimentar, ela indica consulta com psiquiatra e acompanhamento psicológico. Para a psicóloga Vânia Calazans, é preciso colocar a comida no âmbito da razão: “assim, aprende-se a lidar com a emoção de outra forma”.

depoimento

Patrícia Miranda, de 25 anos, nunca achou que a alimentação pudesse trazer danos à saúde. Até que o corpo deu um sinal de alerta e a relação com a comida teve que mudar. Ela é hipertensa.
“Sempre fiz dieta, mas voltava a comer compulsivamente. Resolvi me aceitar gordinha e feliz com chocolate. Repetia para mim mesma que estava estressada e merecia comer o que quisesse.” – diz a jovem, que comenta a mudança de hábitos:
“Sigo uma dieta restrita com orientação médica. Têm sido difícil. Comer, para mim, estava diretamente ligado à sensação de felicidade”.

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