Quais seus planos para 2017?

Contra o pessimismo nas redes sociais, psicólogos ensinam a fazer metas reais

“O que você vai fazer em 2017? Vou me recuperar de 2016”. A crise econômica já inspira uma série de piadas sobre o Ano Novo. Mas a expectativa para o réveillon não precisa ser sombria. Psicólogos ensinam a reverter o clima de pessimismo que tomou conta das redes sociais. E até ver florescerem novas potencialidades é possível em tempos de instabilidade.
“É preciso viver o presente e evitar a perspectiva de um futuro ameaçador. As pessoas antecipam algo que não aconteceu. O segredo é viver um dia de cada vez da melhor maneira possível. E criar metas positivas.” – explica o psicólogo Carlos Eduardo Goulart Brito, que defende a simplicidade no cotidiano: “é o momento de pensar em treinar valores interiores e não sustentar a autoestima no exterior. O bem-estar que não esteja relacionado ao consumo, ao status… A felicidade é mais simples. Se ela depender de muitos fatores, vira trabalho”.
Para o professor titular da UFRJ Antônio Egídio Nardi, o sentimento de esperança em relação ao futuro é sinal de saúde mental.
“O que mais faz os pacientes deprimidos sofrerem é perder a esperança em um futuro melhor. Por mais que a vida do Brasil e do mundo esteja complicada, temos que ter esperança de que as coisas vão melhorar. É possível fazer planos realistas e se mover diante dessas metas.” – explica o professor, que chama atenção para o perigo do discurso pessimista: “a vida é um resolver de problemas. Não é um filme da Disney. Faz parte ultrapassar as dificuldades e aprender com elas. É
amadurecimento”.

Não adianta sofrer
Na hora de fazer um balanço do ano que passou, não adianta ficar se martirizando pelas metas que não foram cumpridas. Aprender com os erros e seguir em frente são atitudes fundamentais, ensinam os especialistas.
“O que você deseja é sempre possível desde que tente ao máximo se dedicar a isso. Agora, a pessoa tem que ter um plano realista. Se você quer correr a São Silvestre e é sedentário terá que treinar e se preparar. É assim com outras situações da vida.” – explica Nardi.