Possível fator de risco para enfartos

Uso pode aumentar a incidência de problemas no coração

Uma pesquisa divulgada revelou que o uso de analgésicos conhecidos como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ibuprofeno, pode aumentar o risco de ataques cardíacos. Segundo o estudo, as chances de agravo são maiores no primeiro mês de uso contínuo. Os riscos podem surgir já a partir da primeira semana.
A possibilidade de registro de problemas cardiovasculares oscilaria entre 24% e 58%, dependendo do analgésico utilizado. Outros fatores devem ser considerados: o risco de ataque cardíaco aumenta de acordo com as doses e o tempo do tratamento. No entanto, após um mês de uso, não foi registrado aumento significativo nas chances de enfarte.
A equipe liderada por Michèle Bally, epidemiologista do Hospital da Universidade de Montreal, no Canadá, revisou estudos feitos com 446.763 pessoas com entre 40 e 79 anos, no Canadá, Finlândia e Reino Unido. Neste grupo, 61.460 tiveram ataques cardíacos. Foram observados só pessoas que tinham prescrição médica e não adquiriram o remédio por conta própria. Cientistas destacam que outras causas, além do remédio, podem estar envolvidas nas doenças cardiovasculares.

texto: infoglobo
texto: infoglobo

perigos de cada medicação
Este é o primeiro estudo que mede a importância das doses dos analgésicos e o tempo de tratamento, além de comparar os efeitos de cada remédio.
“Considerando que o risco de enfarte é identificado já na primeira semana de uso e aparece maior no primeiro mês de tratamento com doses mais elevadas, os prescritores devem considerar a ponderação dos riscos e benefícios dos anti-inflamatórios antes de instituírem o tratamento”, dizem os pesquisadores.
Michèle revela que o aumento absoluto dos riscos é muito pequeno. Ainda assim, ela ressalta que pacientes devem ser informados sobre detalhes dos tratamentos.
Segundo o estudo, há mais de 90% de chances de que todos os anti-inflamatórios não esteroides estejam relacionados ao risco de ataque cardíaco. A probabilidade de problemas cardiovasculares muda conforme o remédio. O celecoxibe (Celebra) apresentou menor risco, com 24%. Em seguida, vêm o ibuprofeno (Advil e Motrin) com 48%; o diclofenaco (Voltaren) com 50%; e o naproxeno (Flanax) com 53%.