Perigos que nascem de um mesmo mosquito

Surto de Microcefalia gera estado de emergência

Um mosquito, muitas consequências. Apesar de ainda não estar confirmada a ligação entre o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypt, e os casos de microcefalia, os registros da doença que causa malformação no crânio de bebês cresceram mais de 80% desde que o vírus surgiu no país, em 2014, segundo o Ministério da Saúde. ‘Prima’ da dengue, a zika é uma doença mais branda, que costuma ser confundida com alergia.
“Ela causa erupções na pele e olhos avermelhados”, explica a infectologista e presidente da CCIH do Hospital e Maternidade Santa Joana Rosana Richtmann: “além da transmissão pelo mosquito, estatísticas indicam uma possível transmissão de mãe para filho, durante a gestação”.
Com sintomas parecidos e o mesmo transmissor, dengue, chikungunya e zika precisam ser diagnosticadas com antecedência, pois seus tratamentos são específicos.
Para aliviar as dores causadas pela chikungunya, são usados anti-
inflamatórios que não podem ser dados a quem tem dengue, pois provocam hemorragia”, diz Margella Marconcine, vice-presidente do laboratório OrangeLife.
Os vírus das três doenças também podem estar associados à transmissão da síndrome de Guillain-Barré, doença neurológica que pode levar à morte, diz Margella.

Microcefalia
O Ministério da Saúde decretou estado de emergência nacional devido a um surto de microcefalia no Nordeste, principalmente em Pernambuco. A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com o crânio menor e que pode levar à morte.
Segundo o ministério, houve 141 casos nos últimos quatro meses em 44 municípios pernambucanos. Também está sendo investigado o possível aumento do registro da malformação na Paraíba e no Rio Grande do Norte, mas o ministério não soube informar quantos casos houve nesses dois
estados.
É a primeira vez que o governo federal declara emergência em saúde pública de importância nacional. A declaração respalda as autoridades de saúde a, por exemplo, diminuírem a burocracia para compras necessárias para conter o surto.
“Com a declaração de emergência, áreas do Ministério da Saúde e de outros ministérios, caso sejam acionadas, darão prioridade para isso,” disse o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Cláudio
Maierovitch.
Os técnicos do ministério estão em Pernambuco analisando a situação, e o ministro Marcelo Castro afirmou que divulgará boletins regulares sobre o tema. Segundo ele, estão sendo avaliadas as hipóteses que possam explicar o surto, como o excesso de substâncias químicas, radiação ou infecções causadas por bactérias ou vírus durante a
gestação.

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