O que está impedindo sua dieta de ser nutritiva?

Saiba como ter uma alimentação verdadeiramente benéfica

texto: Agência Carti | Fonte:  Nova Nutrii | foto: divulgação
texto: Agência Carti | Fonte: Nova Nutrii | foto: divulgação

Nos dias atuais, alimentação saudável e qualidade de vida são questões que têm despertado cada vez mais a atenção das pessoas. Inseparáveis, esses fatores podem influenciar significativamente não apenas a longevidade, mas também na preservação da saúde e do vigor com o passar dos anos. Não é à toa que o apelo ‘saudável’ é crescente nas prateleiras dos supermercados: a cada dia surgem novos produtos prometendo tornar o cardápio mais prático e, ao mesmo tempo mais saudável. Interessados em viver bem e viver mais, milhares de consumidores se tornam adeptos do ‘diet, light e fit’ crendo fazer boas escolhas. Porém, até que ponto é válido optar por estes alimentos na hora de compor um cardápio saudável? Tais produtos são seguros ou escondem armadilhas por trás dos rótulos e chamadas atrativas? Veja agora o que está minando sua dieta e o impedindo de ter uma alimentação verdadeiramente rica em nutrientes.
Com o ritmo de vida moderno, nem sempre resta tempo para se dedicar adequadamente ao preparo das refeições. Diante disso, os alimentos prontos, snacks e congelados são, muitas vezes, alternativas práticas na hora de matar a fome ou diminuir o tempo na cozinha. Porém, o grande problema por trás de tanta praticidade é a inversão dos valores em relação à alimentação: quando a base das refeições é composta predominantemente por industrializados, a nutrição pode estar em xeque.
Para se ter uma ideia, uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde (Vigitel 2014) demonstrou que o consumo de frutas e hortaliças do brasileiro está muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde: dentre a população adulta, menos de 25% ingere a porção diária recomendada de 400 gramas. E a disponibilidade deste tipo de alimento não é o problema: somos o terceiro maior produtor de frutas do mundo. Contudo, um dos maiores motivadores para tal fenômeno seria, justamente, a busca pela praticidade: substituir a fruta por uma barrinha ou por um suco de caixinha parece uma solução tão saudável quanto, porém de uma forma muito mais conveniente.
Este hábito, erroneamente propagado, até tem suas justificativas: muitas pessoas optam pelos sucos como alternativa para o refrigerante – que já possui a devida fama de vilão da saúde. Porém, ao contrário do que muitos podem acreditar, esses produtos nem sempre representam a melhor escolha para o cardápio, podendo, até mesmo, sabotar a dieta: além de conter pouca concentração de fruta , boa parte deles é rica em açúcar “além da preocupação pelo consumo excessivo de açúcar que pode causar diversos males, também existe a questão nutricional: a pessoa poderia estar ingerindo mais vitaminas, sais minerais e fibras se estivesse consumindo a fruta in natura’- explica a nutricionista Joana Carollo, da Nova Nutrii.
A profissional pontua que vez ou outra, o consumo pode ser tolerado para aqueles que não têm restrições na dieta, porém, o problema é quando estes produtos afetam o consumo de alimentos naturais. “Não só no caso do suco industrializado, também podemos citar barrinhas de frutas, certos tipos de iogurtes, sopas prontas, cereais matinais. Alimentos como esses criam um falso apelo saudável e fazem com que as pessoas deixem de comer alimentos verdadeiramente saudáveis, ricos em nutrientes”.
Outro erro bastante comum é ler apenas o rótulo do produto, sem atentar para questões fundamentais na escolha do alimento, expostas na parte atrás do produto. Boa parte das informações estampadas na frente da embalagem são de apelo comercial. A crença de que um produto é ‘zero gordura’ ou ‘zero açúcar’ nos deixa mais propensos a extrapolar no consumo. Porém, uma simples conferida na lista de ingredientes e na tabela nutricional poderia quebrar este conceito.
Você sabia que a ordem dessa lista representa a predominância dos ingredientes? Ou seja, a disposição dos itens vai do que está presente em maior quantidade até o que está em menor. “É fundamental atentar para isso, pois podemos analisar a qualidade e autenticidade do produto. Por exemplo: ao comprar um pão integral, esperamos que o primeiro item seja ‘farinha de trigo integral’ e não uma ‘farinha de trigo enriquecida’.” – explica.
Além disso, a nutricionista complementa existem outros pontos a serem observados: “sabemos que o adequado para uma alimentação saudável é optar por alimentos mais naturais possíveis ou minimamente processados. Neste âmbito, é preciso atentar para o tamanho da lista de ingredientes, pois quanto maior a lista, mais processado é o alimento. Ou seja, mais rico em conservantes, corantes e adoçantes.”
Quantas vezes você viu na embalagem que um determinado produto era livre de gordura trans? Porém, em alguns casos, se você atentar para as letras miúdas vai ver que a informação se refere a uma pequena fração do alimento e não à sua totalidade. Isso porque, os valores descritos na tabela nutricional sempre correspondem à porção estipulada pelo fabricante, que pode determiná-la conforme seu interesse. Por isso é essencial prestar atenção: um alimento pode, de fato, não ter quantidade significativa de determinado ingrediente na porção, mas ter em sua totalidade. Outro ponto importante a ressaltar são os valores diários de referência: eles representam a quantidade diária recomendada de cada nutriente, dentro de uma dieta padrão de um adulto.
Atualmente existe uma preocupação maior em relação ao consumo calórico, tanto que o número de alimentos ‘fit’ cresce a cada dia. Porém, nem sempre esses produtos representam a melhor alternativa para uma dieta saudável: para que se encaixem em determinadas categorias, esses alimentos podem adicionar ou suprimir certos ingredientes.
É o caso dos produtos light e diet, ambos alvo de muita confusão, porém, popularmente aceitos como boas alternativas para a alimentação. Será verdade? Nem sempre: os diets, por exemplo, precisam ter ausência total de algum ingrediente – pode ser tanto o açúcar (voltado para os diabéticos), quanto sal ou outro elemento. Porém, para preservar o sabor e a durabilidade do produto, existe uma compensação com algum outro ingrediente, que pode ser gordura, mais sal ou mais adoçante. Em alguns casos, o diet pode ser, até mesmo, tão calórico quanto sua versão ‘normal’. Já o light, apresenta redução de, no mínimo, 25% de algum nutriente ou do número de calorias total do produto, comparado com sua versão normal. O problema é que, assim como diet, outros ingredientes são usados para compensar a falta do item suprimido. Essa manipulação faz com que esses produtos sejam carregados de químicos e, muitas vezes, deficitários em relação aos nutrientes.
Joana afirma que é preciso ter em mente que questão calórica não está diretamente relacionada a quão saudável um alimento é “até mesmo porque existem alimentos zero caloria que não entregam nenhum nutriente ao corpo, ou seja, não existe benefício no seu consumo”. Conforme a nutricionista, esses produtos, também classificados como ‘alimentos de caloria vazia’ são igualmente ricos em conservantes, corantes e adoçantes, indo na contramão de uma alimentação sadia.
Para a profissional é fundamental apostar em uma alimentação natural, rica em alimentos de verdade, preparados da forma mais saudável possível.