Mães aos 40 anos – Lobas corujas

Mulheres maduras contam como é ser mãe mais tarde

Celma souza Professora, 41 anos “Sempre tive a certeza de que seria mãe, mais do que me tornaria esposa. Estou casada há cinco anos, e eu e meu marido já queríamos muito um bebê. Compramos um terreno e levantamos nossa casa. Estamos há um ano morando nela, mas as tentativas para ter um filho começaram antes: duraram um ano e meio. Quando descobri a gravidez, no Dia dos Namorados do ano passado, fiquei radiante. Afinal, após tanto tempo tentando, morria de medo de não poder ter filhos. Meu marido tinha o mesmo receio, mas não conversávamos abertamente sobre isso. Nessas horas, passa um monte de coisa pela nossa cabeça. Eu ficava questionando se o fato de ter deixado a maternidade para mais tarde poderia ter influenciado. Se não pudesse ser mãe, essa seria a maior frustração da minha vida. O fato é que Maisa chegou e é a minha maior realização. E, claro, um aprendizado diário. Amamentar, decodificar os choros, render-se à chupeta (risos)... Você vai tentando encontrar um meio-termo. Mas uma coisa boa de ser mãe mais tarde é que não me desespero. Preocupação há, mas, se tivesse sido mãe nova, poderia me descabelar em certas situações”!
Celma souza
Professora, 41 anos
“Sempre tive a certeza de que seria mãe, mais do que me tornaria esposa. Estou casada há cinco anos, e eu e meu marido já queríamos muito um bebê. Compramos um terreno e levantamos nossa casa. Estamos há um ano morando nela, mas as tentativas para ter um filho começaram antes: duraram um ano e meio. Quando descobri a gravidez, no Dia dos Namorados do ano passado, fiquei radiante. Afinal, após tanto tempo tentando, morria de medo de não poder ter filhos. Meu marido tinha o mesmo receio, mas não conversávamos abertamente sobre isso. Nessas horas, passa um monte de coisa pela nossa cabeça. Eu ficava questionando se o fato de ter deixado a maternidade para mais tarde poderia ter influenciado. Se não pudesse ser mãe, essa seria a maior frustração da minha vida. O fato é que Maisa chegou e é a minha maior realização. E, claro, um aprendizado diário. Amamentar, decodificar os choros, render-se à chupeta (risos)… Você vai tentando encontrar um meio-termo. Mas uma coisa boa de ser mãe mais tarde é que não me desespero. Preocupação há, mas, se tivesse sido mãe nova, poderia me descabelar em certas situações”!

Ser mãe de primeira viagem na faixa dos 40 anos deixou de ser raridade. Mesmo que a gravidez venha de forma inesperada, como aconteceu com a Lígia (Débora Bloch) de ‘Sete vidas’, hoje em dia, muitas mulheres “padecem no paraíso” mais tarde. Como a professora de Educação Física Celma Souza, de 41 anos, que adiou o sonho da maternidade com o objetivo de se firmar na carreira primeiro.
“Pensei em ter um pouco mais de estabilidade, uma casa própria, deixar a criança vir em um momento de tranquilidade. Estou nas nuvens”, comemora Celma, que deu à luz Maisa, de apenas 1 mês, aos 40 anos.
Seja em prol do trabalho, por não ter encontrado o homem certo mais cedo ou até mesmo porque o relógio biológico bateu e chacoalhou o sentimento maternal, o certo é que a gravidez tardia vem coroar uma nova fase da mulher madura. Conheça as histórias de mamães corujas e lobas ao mesmo tempo!

Susana Ribeiro Jornalista, 44 anos “A maternidade para mim era uma coisa certa. Minha relação com criança sempre foi profunda. Mas assumi responsabilidades muito cedo e, quando eu tinha 30 anos, minha mãe descobriu um câncer. Como sou filha única, fiquei dedicada a ela, vivendo em função dela, e o sonho da maternidade ficou naturalmente adormecido. Dez anos depois, minha mãe teve uma recidiva do câncer, o que exigiu mais cuidados. Em 2011, ela morreu. Eu já tinha um namorado que sabia do meu desejo de ser mãe. E, no início de 2012, aos 41 anos, procurei minha ginecologista para saber quais eram as minhas chances de engravidar. Ela, então, me indicou um especialista em fertilização. Conversei com ele, que me deu a seguinte notícia: eu tinha 3% de chance de engravidar naturalmente. Em função disso, o médico me sugeriu a fertilização in vitro. Como o custo era muito alto, decidi relaxar. Dois meses depois, engravidei espontaneamente. Foi um susto, porque, apesar de muito desejado, Daniel (hoje com 2 anos) não foi planejado. Não sabia como ia dar conta de tudo. Mas a mulher tem a capacidade de fazer múltiplas coisas, não é? Claro que, se não pudesse ter filho, adotaria. A experiência de gerar uma vida é plena, mas o amor não precisa de consanguinidade”.
Susana Ribeiro
Jornalista, 44 anos
“A maternidade para mim era uma coisa certa. Minha relação com criança sempre foi profunda. Mas assumi responsabilidades muito cedo e, quando eu tinha 30 anos, minha mãe descobriu um câncer. Como sou filha única, fiquei dedicada a ela, vivendo em função dela, e o sonho da maternidade ficou naturalmente adormecido. Dez anos depois, minha mãe teve uma recidiva do câncer, o que exigiu mais cuidados. Em 2011, ela morreu. Eu já tinha um namorado que sabia do meu desejo de ser mãe. E, no início de 2012, aos 41 anos, procurei minha ginecologista para saber quais eram as minhas chances de engravidar. Ela, então, me indicou um especialista em fertilização. Conversei com ele, que me deu a seguinte notícia: eu tinha 3% de chance de engravidar naturalmente. Em função disso, o médico me sugeriu a fertilização in vitro. Como o custo era muito alto, decidi relaxar. Dois meses depois, engravidei espontaneamente. Foi um susto, porque, apesar de muito desejado, Daniel (hoje com 2 anos) não foi planejado. Não sabia como ia dar conta de tudo. Mas a mulher tem a capacidade de fazer múltiplas coisas, não é? Claro que, se não pudesse ter filho, adotaria. A experiência de gerar uma vida é plena, mas o amor não precisa de consanguinidade”.
Dica do especialista Para o médico Marcelo Burlá, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro, mulheres que engravidam aos 40 não são tão diferentes das mais jovens, porém, exigem alguns cuidados. “A primeira coisa a ser observada é o risco de cromossomopatia. Quanto mais velha a mãe, mais chance de o bebê desenvolver síndromes. Por isso, é importante fazer um exame. A grávida deve ter informações precisas, não alarmistas. A segunda é saber se com a idade avançada surgiram doenças que ela não tinha. Se uma mulher, aos 38 anos, desenvolveu hipertensão, diabete... Tem que haver um cuidado específico”. O ginecologista também cita os benefícios de ser mãe madura. “Nessa faixa etária, as mulheres são mais seguras e centradas. E muitas das decisões sobre o momento do nascimento partem dela. A protagonista do parto é a mãe”, afirma ele, que não esconde a emoção de participar desses momentos como coadjuvante: “o profissional que se especializa nessa área vibra a cada pré-natal, o brilho nos olhos dos pais também é refletido no olhar do médico”.
Dica do especialista
Para o médico Marcelo Burlá, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro, mulheres que engravidam aos 40 não são tão diferentes das mais jovens, porém, exigem alguns cuidados. “A primeira coisa a ser observada é o risco de cromossomopatia. Quanto mais velha a mãe, mais chance de o bebê desenvolver síndromes. Por isso, é importante fazer um exame. A grávida deve ter informações precisas, não alarmistas. A segunda é saber se com a idade avançada surgiram doenças que ela não tinha. Se uma mulher, aos 38 anos, desenvolveu hipertensão, diabete… Tem que haver um cuidado específico”. O ginecologista também cita os benefícios de ser mãe madura. “Nessa faixa etária, as mulheres são mais seguras e centradas. E muitas das decisões sobre o momento do nascimento partem dela. A protagonista do parto é a mãe”, afirma ele, que não esconde a emoção de participar desses momentos como coadjuvante: “o profissional que se especializa nessa área vibra a cada pré-natal, o brilho nos olhos dos pais também é refletido no olhar do médico”.

Marcelle Carvalho
Repórter que assina esta matéria

“Minha brincadeira preferida sempre foi a de mamãe e filhinha. Aos 11 anos, ganhei uma boneca que parecia uma bebê e fiquei encantada. Tratava como minha filha, trocava fraldinha, roupinha, saía à rua com ela nos braços. E, várias noites, como o velho Geppeto da história do ‘Pinóquio’, pedia a Deus que, ao acordar, ela estivesse ali, de carne e osso. Claro que, no fundo, eu sabia que isso só acontecia nas histórias infantis. O tempo passou, mas a vontade de ser mãe nunca esmoreceu. Mas a vida não quis que eu tivesse filho antes dos 30 anos, porque só fui encontrar o homem certo aos 31. Há cinco meses, me tornei a mulher mais feliz do mundo: carrego em meu ventre Isabel, a bonequinha que sempre quis ter. E, hoje, aos 39, percebo que ela não poderia ter vindo em época melhor. Estou mais segura, mais certa do que quero, com alguns medos, claro, mas sem pavor. E com o melhor homem que poderia dar a ela como pai”.

Marcia Otero Secretária, 45 anos Quando eu era mais nova, não pensava em ter filhos. Mas, depois dos 30 anos, o relógio biológico começou a bater. Estava com 38 quando tive Luana, hoje com 7. Meu marido tinha 54, e confesso que fiquei preocupada de as nossas idades trazerem algum problema ao bebê. Mas fizemos exames e estava tudo certo. Tudo caminhou muito bem. Parei de usar métodos contraceptivos em março de 2006 e, em agosto do mesmo ano, engravidei. Foi a melhor decisão da minha vida. Sou uma mãe superpresente, parei de trabalhar há dois anos para me dedicar exclusivamente a ela. Eu acho que, com a maternidade tardia, a mulher fica mais preparada. Acredito que tenha sido bem melhor para mim. E para ela. Com 20 anos, eu não seria tão presente. Há aqueles que acham que filhos de pessoas mais velhas crescem cheios de vontades, mas esta- mos sabendo criá-la com valores importantes. E Luana tem correspondido. É minha parceira, meu orgulho”!
Marcia Otero
Secretária, 45 anos
Quando eu era mais nova, não pensava em ter filhos. Mas, depois dos 30 anos, o relógio biológico começou a bater. Estava com 38 quando tive Luana, hoje com 7. Meu marido tinha 54, e confesso que fiquei preocupada de as nossas idades trazerem algum problema ao bebê. Mas fizemos exames e estava tudo certo. Tudo caminhou muito bem. Parei de usar métodos contraceptivos em março de 2006 e, em agosto do mesmo ano, engravidei. Foi a melhor decisão da minha vida. Sou uma mãe superpresente, parei de trabalhar há dois
anos para me dedicar exclusivamente a ela. Eu acho que, com a maternidade tardia, a mulher
fica mais preparada. Acredito que tenha sido bem melhor para mim. E para ela. Com 20 anos, eu não seria tão presente. Há aqueles que acham que filhos de pessoas mais velhas crescem cheios de vontades, mas esta-
mos sabendo criá-la com valores importantes. E Luana tem correspondido. É minha parceira, meu orgulho”!