Greve dos caminhoneiros atinge em Indaiatuba

Postos de combustíveis fecharam nesta quinta feira sem previsão de retorno

A greve dos caminhoneiros que mantém fechadas rodovias por vinte cinco estados do país desde segunda-feira, 21, contra o aumento do diesel começa a afetar os indaiatubanos. Entre as consequências estão a redução nas frotas de ônibus, os preços e a escassez nos postos de combustíveis, o desabastecimento em supermercados, principalmente de hortifrúti e granjeiros; falta de medicamentos e fábricas de diversos segmentos que pararam suas produções.

No município postos de combustíveis tiveram reabastecimento apenas entre segunda e terça, o que fez com que os motoristas entrassem em estado de alerta, grandes filas se formaram desde a quarta-feira em vários pontos da cidade, consumidores chegaram a ficar mais de uma hora esperando, o intuito foi encher o tanque para se prevenir, já que ninguém tem uma previsão do reabastecimento das bombas. Para Antônio Rodrigues, proprietário de um posto na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, a situação é grave: “Com essa politica de preço da Petrobras que se baseia no dólar e no barril do petróleo o aumento é diário, por isso, prevíamos que isso poderia acontecer, mas não tão rápido. O fato é que tem que mudar essa política, porque o povo não vai conseguir arcar com esses preços e essa situação acaba prejudicando a vida de todos. Temos família para sustentar e funcionários para pagar” – Diz. Na quinta-feira a tarde os postos acabaram fechando pela falta do combustível.

Em nota a prefeitura de Indaiatuba informou que o abastecimento das frotas de veículos municipais começou a ficar prejudicado e para minimizar possíveis dificuldades houve o início de um sistema de reorganização temporária com o objetivo de superar esse momento com os menores transtornos possíveis. Das 6h às 8h30 e das 16h30 às 19h, horário de pico, os 66 ônibus que fazem o transporte coletivo urbano operam 100%. No restante do período vão rodar com 40% da frota.

Segue algumas fotos dos postos de combustíveis da cidade: 

Brasil
No quarto dia de greve, que se deu nesta quinta-feira, 24, considerando apenas duas das 106 empresas associadas À Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), mais de 315 caminhões com alimentos perecíveis estão parados em estradas de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, segundo ela em apenas uma das empresas associadas mais de 1,1 mil toneladas de produtos não foram entregues, o que significa um prejuízo em torno de R$ 3 milhões. Há supermercados que estão limitando o número de unidades a serem compradas.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alertou que os caminhoneiros estão descumprindo a promessa de liberar a circulação de veículos que transportam carga viva. Uma declaração da entidade diz que começou a receber relatos de que animais estavam sem alimentação há mais de 50 horas.

A greve também afeta a distribuição do botijão de gás de cozinha, assim como o encanado. Segundo o Sindigás, que reúne as empresas distribuidoras de GLP, a paralisação já se reflete na falta do produto em Goiânia e Distrito Federal.

O abastecimento de farmácias e drogarias também está sendo prejudicado. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) cerca de 6,3 milhões de estabelecimentos estão deixando de ser abastecidos diariamente, com impacto de 2,4 milhões de consumidores. De acordo com a associação, um dos principais problemas referem-se aos medicamentos termolábeis, que devem ser mantidos refrigerados e necessitam de temperatura estável até o seu destino final, algo impossível de ser garantido com um veículo travado nas estradas.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou uma redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. A decisão, segundo ele, busca contribuir com uma possível trégua no movimento da categoria. Porém, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que a mobilização dos caminhoneiros nas rodovias do país só se encerrará quando o presidente Michel Temer sancionar e publicar, no Diário Oficial da União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o diesel.