Fé pode ajudar muito no tratamento e cura de doenças

11---FéA influência da fé religiosa na saúde das pessoas e na cura das doenças será a discussão central do XI Congresso de Medicina e Espiritualidade, que irá acontecer na próxima semana no Rio. Segundo o fisiatra Luiz Felipe Guimarães, presidente do Congresso, há uma forte relação entre uma coisa e outra. Até a imunidade do indivíduo aumenta, diz Guimarães, quando ele intensifica suas crenças em algo sobrenatural.
“Cada pessoa é o que é a partir de sua cabeça, e não do seu corpo. Quando a mente está tranquila, equilibrada, o corpo reage melhor. Observamos que pessoas com mais religiosidade têm, em geral, pressão arterial mais baixa, mais controle do diabetes e, quando elas vêm a ter problemas de saúde, tendem a lidar com eles de forma melhor” – afirma Guimarães. – Além disso, a doença conecta as pessoas. Então é principalmente na hora da doença que elas buscam acreditar em algo.

Depressão e ansiedade
Um dos estudos que será apresentado no evento é o do psiquiatra Mario Peres, pesquisador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, a espiritualidade, seja qual for, costuma ter efeito benéfico sobre a saúde física, social e mental: “é muito importante levar em conta a dimensão espiritual do paciente em qualquer tratamento. Sabemos, por estudos científicos, que as pessoas superam melhor a depressão e ansiedade, por exemplo, quando têm um lado religioso. Não falamos apenas de filiação religiosa. O importante é ter uma crença para esse efeito protetor”.
O termo que designa isso é coping religioso e significa usar a religião como forma de enfrentar um problema de saúde. Peres afirma que este é um aspecto bastante estudado, especialmente em oncologia e cuidados paliativos.

Tema vem sendo discutido nas faculdades

O cardiologista Cláudio Domênico, que será um dos palestrantes do XI Congresso de Medicina e Espiritualidade, afirma que a temática espiritual, antes tão rejeitada no meio acadêmico, está aos poucos entrando nos currículos das faculdades de medicina e sendo discutida entre professores e alunos.
“Cerca de 70% das doenças cardiovasculares têm como causa fatores comuns, como colesterol alto. Mas os 30% restantes vêm de hábitos negativos das pessoas, como ansiedade, desgosto, raiva. E isso está estreitamente ligado à espiritualidade” – afirma Cláudio Domênico.