Água mobiliza alunos em feira

A preocupação com a crise hídrica e com a falta de energia chegou aos trabalhos científicos de alunos de todo o país. O número de projetos relacionados a esses temas a serem apresentados na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) saltou de 10, em 2014, para 39 neste ano.
Uma reflexão sobre a redução do volume do Sistema Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, deu origem ao projeto dos alunos do Colégio Doze de Outubro, no Alto da Boa Vista, zona sul de São Paulo. Durante seis meses, eles prepararam um sistema de reaproveitamento da água da máquina de lavar.
O mecanismo é simples e, segundo os estudantes, pode ser implementado em qualquer casa: a água sai da máquina, passa por um filtro de carvão, areia e cascalhos e vai para um reservatório. Ali, uma bomba d’água, semelhante à de um aquário, manda a água de volta para a máquina.
O sistema, batizado de Eco Laundry, foi desenvolvido por seis estudantes do 2.º ano do ensino médio. “Eles aprenderam a teoria na prática, o que, para o desenvolvimento, é essencial”, diz o professor de Física Caio Chaves, orientador do trabalho. Para o aluno Daniel Laube, de 16 anos, “a simplicidade é a beleza do projeto”. “Dá para fazer em casa”, afirma.

VIDA REAL
Para o físico e educador da USP Luís Carlos de Menezes, a feira de ciências deve mobilizar os alunos para trabalhar em temas que compreendam, “sem o texto decorado que se vê em algumas escolas”: é preciso cuidado para o aluno não repetir aquela coisa mal compreendida. De preferência, um trabalho com contexto no seu bairro, no seu espaço próprio”.