Entre tapas e beijos

Histórias de raiva viram contos de fadas

18---Casal-8

“Os mocinhos se conhecem e brigam. Passam capítulos se detestando, mas depois se apaixonam”. O roteiro é de novela, mas essa história vive acontecendo na vida real. Como Mari (Bruna Marquezine) e Benjamin (Maurício Destri), de ‘I love Paraisópolis’, e Regina (Camila Pitanga) e Vinícius (Thiago Fragoso), de ‘Babilônia’, casais que se desprezam antes de se amarem protagonizam contos de fadas de verdade.
Nas tramas das sete e das nove, o ódio inicial vem de diferenças sociais e de personalidade entre os protagonistas. Mari e Regina acharam Benjamin e Vinícius metidos e playboys. Nas histórias reunidas, os motivos para desagradar são vários. O rapaz pode ser bobo, feio, falastrão ou infantil demais.
Em todos os casos, os homens precisaram de muita insistência e paciência para eliminarem a primeira impressão deixada. Foi o que aconteceu com a fisioterapeuta carioca Denise Amorim, de 28 anos, que não gostava do jeito debochado de seu atual noivo, Danilo Couto, de 30. Depois de muitas tentativas, ela acabou cedendo.
“De brincadeira em brincadeira, ele acabou conseguindo me conquistar” resume Denise.
Segundo a psicóloga e terapeuta sexual Valéria Smith, é mesmo tênue a linha entre amor e ódio: “é comum essas diferenças se tornarem joguinhos sedutores. Você quer tanto entender o que lhe incomoda, que se aproxima e acaba se encantando”.

Denise Amorim Fisioterapeuta, 28 anos Nas primeiras semanas de aula do curso de Fisioterapia, em 2004, Denise teve uma certeza: nunca ficaria com aquele rapaz debochado que se sentava no fundo da sala. “Ele era da turma da bagunça, do deboche. Quando começava a fazer piada com os outros, eu revirava os olhos e comentava: ‘Ai, Senhor’”, conta a fisioterapeuta. “É que sou muito tímido e brincalhão. Então, fazer piada é meu jeito de me enturmar”, tenta se explicar Danilo Couto, de 30 anos. A moça ironiza, revirando os olhos mais uma vez: “Aham, sei...” A aproximação deles aconteceu assim, aos trancos e barrancos. Denise achava o rapaz insuportável, mas não conseguia parar de falar nele com suas amigas. No segundo período, quando parte da turma da bagunça ficou reprovada, Danilo precisou encontrar novos amigos e acabou se aproximando do grupo dela. Fim da história? Nem pensar.”Eu nem imaginava ficar com ele. Até depois de termos nos beijado, eu não achava isso possível”, lembra a fisioterapeuta. Danilo precisou ser insistente. Eles se beijaram pela primeira vez para despistar um homem que estava assediando Denise em uma boate. Na segunda, ele convenceu os amigos a participarem de uma armação. Todos foram a um parque de diversões, e ele conseguiu se sentar ao lado dela no brinquedo chamado Trem do Amor. Quando entraram em um túnel, “imagina um urso! Ele veio me beijando e  eu cedi”, lembra Denise, enquanto dá uma palmadinha na parte de trás da cabeça dele, seguida de um carinho. Juntos desde então, os dois estão economizando dinheiro para se casarem em 2016.
Denise Amorim
Fisioterapeuta, 28 anos
Nas primeiras semanas de aula do curso de Fisioterapia, em 2004, Denise teve uma certeza: nunca ficaria com aquele rapaz debochado que se sentava no fundo da sala. “Ele era da turma da bagunça, do deboche. Quando começava a fazer piada com os outros, eu revirava os olhos e comentava: ‘Ai, Senhor’”, conta a fisioterapeuta.
“É que sou muito tímido e brincalhão. Então, fazer piada é meu jeito de me enturmar”, tenta se explicar Danilo Couto, de 30 anos.
A moça ironiza, revirando os olhos mais uma vez: “Aham, sei…”
A aproximação deles aconteceu assim, aos trancos e barrancos. Denise achava o rapaz insuportável, mas não conseguia parar de falar nele com suas amigas. No segundo período, quando parte da turma da bagunça ficou reprovada, Danilo precisou encontrar novos amigos e acabou se aproximando do grupo dela. Fim da história? Nem pensar.”Eu nem imaginava ficar com ele. Até depois de termos nos beijado, eu não achava isso possível”, lembra a fisioterapeuta.
Danilo precisou ser insistente. Eles se beijaram pela primeira vez para despistar um homem que estava assediando Denise em uma boate. Na segunda, ele convenceu os amigos a participarem de uma armação. Todos foram a um parque de diversões, e ele conseguiu se sentar ao lado dela no brinquedo chamado Trem do Amor. Quando entraram em um túnel, “imagina um urso! Ele veio me beijando e eu cedi”, lembra Denise, enquanto dá uma palmadinha na parte de trás da cabeça dele, seguida de um carinho. Juntos desde então, os dois estão economizando dinheiro para se casarem em 2016.
Camila Antunes Publicitária, 32 anos “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração...” “Eduardo e Mônica”, a música da Legião Urbana, resume um pouco da confusa história de amor de Camila e Mário Ferreira, de 44 anos. Quando, em 2002, ele a convidou para sair pela primeira vez, nos corredores da faculdade, ela foi categórica. “De jeito algum”, respondeu a então estudante. “Achei ele metido demais, e, pior, metido a galanteador. Percebi que ele dava em cima de mim e de todas as minhas amigas”, lembra a publicitária. A jovem escapou de Mario, que é 12 anos mais velho, quase semanalmente. “Se eu chegasse ao bar e ele estivesse sentado na direita, eu ia para a esquerda. Se ele vinha puxar papo, ignorava”, afirma Camila. Depois de seis meses afastados, quando Mario pediu a consultoria dela para um trabalho, a colega ficou surpresa: “Achei ele diferente porque não me cantou. Vi que aquele cara tinha mudado. Aí eu consegui ouvi-lo e acabei descobrindo que era o homem da minha vida”. Hoje, os dois são pais de Pedro Henrique, de 2 anos. “E quem irá dizer que não existe razão?”
Camila Antunes
Publicitária, 32 anos
“Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração…” “Eduardo e Mônica”, a música da Legião Urbana, resume um pouco da confusa história de amor de Camila e Mário Ferreira, de 44 anos. Quando, em 2002, ele a convidou para sair pela primeira vez, nos corredores da faculdade, ela foi categórica. “De jeito algum”, respondeu a então estudante. “Achei ele metido demais, e, pior, metido a galanteador. Percebi que ele dava em cima de mim e de todas as minhas amigas”, lembra a publicitária.
A jovem escapou de Mario, que é 12 anos mais velho, quase semanalmente. “Se eu chegasse ao bar e ele estivesse sentado na direita, eu ia para a esquerda. Se ele vinha puxar papo, ignorava”, afirma Camila.
Depois de seis meses afastados, quando Mario pediu a consultoria dela para um trabalho, a colega ficou surpresa: “Achei ele diferente porque não me cantou. Vi que aquele cara tinha mudado. Aí eu consegui ouvi-lo e acabei descobrindo que era o homem da minha vida”.
Hoje, os dois são pais de Pedro Henrique, de 2 anos. “E quem irá dizer que não existe razão?”