DIALOGANDO SOBRE: Transtornos psicomotores na aprendizagem

MARIA LUCIA SANTOS DE MELO
PEDAGOGA/PSICOPEDAGOGA/
ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

É com o corpo que aprendemos, ele é o nosso objeto de estudo. É importante diferenciar a psicomotricidade, que é é a disciplina que estuda o corpo e suas manifestações, e o psicomotor. Quando se fala de corpo sobre essa concepção, não falamos somente de organismo, e, sim de uma visão geral do ser humano, unindo o biológico e o psicológico.
O conceito de corpo inclui algumas manifestações e, adquire existência a partir do contato, dos sabores, do olhar, da postura, da voz, da expressão facial, dos gestos e praxias. A gestualidade compreende olhares, mímicas, modos etc. Com o corpo podemos: experimentar, testar, errar, acertar, movimentar e aprender. A psicomotricidade trata da construção do corpo nas dimensões motora, cognitiva e afetiva. Essas construções são entendidas como processo permanente da construção.
O movimento torna-se instrumental e possibilita a integração das diferentes partes do corpo em um todo que denominamos esquema corporal. Essa construção motora instrumental está submetida à maturação neurológica. Nesta dimensão podemos citar: a evolução da tonicidade muscular, o desenvolvimento das possibilidades de equilíbrio, o desenvolvimento do controle e dissociação dos movimentos, o desenvolvimento da eficiência motora (velocidade e precisão), a definição e afirmação da lateralidade.
Os transtornos psicomotores nos advertem da presença de falhas na construção do corpo, no seu funcionamento e na sua funcionalidade. Eles não correspondem a uma lesão do sistema nervoso central como as síndromes neurológicas.
O corpo é construído e constituído, simbolicamente a partir de uma história com significados, que começa a se desenvolver independente da criança, já a partir do desejo de sua mãe em ter um filho. Está em sua origem e é o que a torna humana.