CRUZE Agora com motor turbo

O novo motor equipará tanto a versão sedã (Ecotec6) quanto o hatch (Sport6)

TEXTO: Diego Ortiz /AE | FOTO: divulgação
TEXTO: Diego Ortiz /AE | FOTO: divulgação

O caminho do hotel até a concessionária James-Martin, em Detroit, no Estado de Michigan, passa pela sede mundial da General Motors, um imponente arranha-céu envidraçado que surge como uma gota de modernidade no oceano de relíquias da outrora rica cidade americana. Ao chegar à autorizada, o cenário parece ser o mesmo das ruas: expostos, estão o grande Impala, alguns Cadillac Escalade e até mesmo um enorme utilitário da GMC, carros de um tempo que não volta mais. Não há como brigar com a ordem mundial: o futuro está no motor turbo do novo Cruze, estacionado ao lado desses veículos com suas dimensões compactas (para os EUA).
Ao Brasil, a nova geração do modelo deve chegar em junho. Os principais rivais também devem ser atualizados na mesma época.
O novo Cruze, avaliado na configuração sedã, cumpre bem o papel de ser o porta-voz da nova GM. A começar pelo visual equilibrado, ainda mais quando visto pessoalmente. A traseira simples combina bem com a frente um pouco mais inspirada, mas sem exageros.
Por dentro, o acabamento é excelente, com plástico e uma espécie de trama de tecido que dá um tom de originalidade ao modelo e ao segmento, cujos representantes costumam ser adeptos do alumínio e da imitação de madeira como diferenciais. O espaço para os passageiros que vão atrás continua sendo um ponto fraco do carro.
Na hora de acelerar, o motor 1.4 turbo de 153 cv e 24,4 mkgf agrada desde o primeiro momento. Com arrancadas rápidas, resultantes do torque máximo já a partir de 2 mil rpm, o Cruze mostra uma desenvoltura que não era comum para a linha até então.
O câmbio automático de seis marchas da versão LT avaliada também faz um bom serviço, pois tem a primeira bem curta, para agilidade, e a quinta e a sexta longas, para economizar combustível.
No Brasil, o modelo terá esse mesmo motor, mas com tecnologia flexível, que promete elevar a potência para perto dos 160 cv. Assim, a briga deverá ser intensa com o Honda Civic, cuja nova geração virá em meados deste ano tendo sob o capô o inédito 1.5 turbo de 173 cv.
Outro ponto positivo do novo Cruze é o conjunto de suspensão – McPherson na frente e Z-Link na traseira. O sistema é um pouco mais duro que a da versão anterior, o que resulta em melhor capacidade de fazer curvas – missão em que o Chevrolet é auxiliado pelo controle de estabilidade.
E, quando foi exigida para encarar os buracos da região central de Detroit, em obras, o sistema não comprometeu o conforto, graças ao recuo suave do amortecedor, que segura a fúria das crateras, e ao trabalho independente das rodas de 16” com pneus 205/55, o que suaviza os impactos na carroceria.
A central multimídia My Link tem os sistemas Android Auto e Apple CarPlay e no carro avaliado havia rádio Sirius XM, por satélite, que virá de série em todos os modelos da linha 2016 das marcas da GM.

FICHA TÉCNICA

Motor: 1.4, 4 cil., 16V, turbo, gasolina

Potência (cv)*: 153 a 5.600 rpm

Torque (mkgf)*: 24,4 a 2.000 rpm

Câmbio: Automático, seis marchas

Comprimento: 4,66 metros

Entre-eixos: 2,70 metros

+PRÓS
DESEMPENHO: Motor oferece bom torque em baixa rotação e dá a agilidade ao modelo médio.

+CONTRAS
ESPAÇO TRASEIRO: Acomodação de passageiros atrás continua sendo um dos pontos fracos do carro.