Conforto e ‘dedinho’ alemão

Desempenho e custo-benefício pesam contra

Sedã ganhou novidades pontuais e preserva prioridade para o conforto que fica claro logo ao entrar na cabine do Hyundai Azera
Sedã ganhou novidades pontuais e preserva prioridade para o conforto que fica claro logo ao entrar na cabine do Hyundai Azera

De alvo de desconfiança a queridinha da classe média, a Hyundai percorreu um longo caminho. Talvez nenhuma outra marca tenha evoluído tanto no país nos últimos dez anos. O sedã Azera é um grande exemplo disso. Com tabela de R$ 148.990, bebe de fontes na Alemanha, onde a montadora sul-coreana estabeleceu seu centro de desenvolvimento, mas não deixa de lado suas origens orientais no desenho e em alguns aspectos até extravagantes.
O Azera tem alguns exageros típicos de quem faz tudo para agradar. Uma musiquinha de despedida quando se tira a chave da ignição e a tela multimídia pouco intuitiva bem que poderiam ser revistas.
O lado bom é que tudo é coberto por um acabamento excelente e uma extensa lista de equipamentos de série. Entre os destaques estão os comandos elétricos dos assentos, que parecem ter vindos diretamente de algum Mercedes-Benz.
O espaço interno também é muito bom. Os 2,84 metros de distância entre os eixos e o 1,86 metro de largura dão a todos os ocupantes espaço de sobra e conforto para viagens longas. Já os 461 litros de capacidade no porta-malas são inferiores aos de alguns modelos compactos, como o Renault Logan, com seus 510 litros.
A direção é precisa, mas ficaria melhor com um pouco de peso extra em velocidades altas. Com ampla área envidraçada na dianteira, a visibilidade agrada e ajuda na hora de manobrar o sedã, que tem capô bicudo e longo. A câmera instalada na traseira dá conta do recado ao estacionar.
No caso do motor, há dois aspectos que devem ser analisados. O 3.0 V6 da Hyundai está longe de ser o seis-cilindros mais potente do mundo, com 250 cv a 6.400 rpm e 28,8 mkgf a 5.000 rotações.
Como o torque entra tarde e o câmbio automático de seis marchas oferece trocas suaves e longas, a eficiência para mover os 1.581 kg do sedã não é exatamente exemplar. Não dá para esperar um desempenho muito instigante.
Por outro lado, o isolamento acústico primoroso e o trabalho correto do motor dão ao modelo muita suavidade no rodar. Essa sensação é amplificada pelo excelente acerto das suspensões independentes, que absorvem os impactos dos buracos como se eles não existissem e seguram o Azera mesmo ao contornar curvas mais fechadas em alta velocidade.