Jipões luxuosos em versões a diesel

Volvo encara Mercedes-Benz em boa ‘disputa’

texto: Por JOSÉ ANTONIO LEME/agência estado | fotos: divulgação
texto: Por JOSÉ ANTONIO LEME/agência estado | fotos: divulgação

Os utilitários-esportivos Volvo XC90 e Mercedes-Benz podem ser comparados a iates: são grandes e têm boa dose de requinte e equipamentos. O ‘mar’ desses modelos é garantir muito conforto e comodidade para quem vai a bordo. A principal diferença entre eles é a idade de seus projetos, o que foi decisivo para definir a vitória a favor do Volvo nesse comparativo de versões a diesel.
O XC90 deixa clara sua posição contemporânea na qualidade dos sistemas eletrônicos e no refinamento da dirigibilidade. A versão avaliada, Inscription, tem tabela de R$ 475.950 (há também a Momentum, a R$ 415.950). O Mercedes, por sua vez, tem configuração única, a R$ 447.900.
A lista de itens de série de ambos é ampla e cheia de mimos. Inclui sete airbags, ajustes de altura e profundidade da coluna de direção (elétricos no GLS), ar-condicionado digital (de quatro zonas no Volvo e três no Mercedes), controles de tração, estabilidade e anticapotamento, faróis de LEDs com função antiofuscamento, assistente de partida em rampa e de estacionamento, câmera com visão de 360° e freio de estacionamento elétrico.
Só o GLS tem sistema de entretenimento para a segunda fileira de assentos e rebatimento elétrico desta e da terceira – no Volvo, o processo é feito manualmente. O XC90 contra-ataca com tecnologia de condução semiautônoma, que permite soltar o volante por 15 segundos rodando a até 130 km/h, e head-up display, que projeta as informações do painel de instrumentos no para-brisa. Com isso, o motorista não precisa desviar o olhar da via para checar dados como velocidade.
O Volvo tem motor 2.0 de quatro cilindros biturbo, que rende 235 cv e 48,9 mkgf, e câmbio automático de oito marchas. O Mercedes-Benz traz o V6 3.0 de 258 cv e 63,2 mkgf e transmissão de nove velocidades. Nos dois a tração é integral.
Na prática, o conjunto do XC90 responde melhor em baixas rotações. O segredo é o compressor elétrico que elimina o atraso na resposta do turbo. Quando se pisa fundo no pedal do acelerador, contudo, o GLS faz valer os 23 cv e 14,3 mkgf a mais ante o rival, e anda mais forte. Em ambos, as trocas de marcha são suaves.
Nos dois utilitários há quatro opções de modos de condução (esportivo, normal, econômico e off-road), que ajustam as respostas de acelerador, transmissão e até a altura em relação ao solo. Aliás, em ambos as suspensões são independentes e a ar. A do Volvo é boa, mas a do Mercedes filtra melhor os impactos contra o piso.
Além de ser quase 300 kg mais leve, o XC90 é ágil e tem direção mais direta que o rival. Nas manobras de mudança de direção, as reações do Mercedes são mais lentas.
No visual, o XC90 dá um banho no GLS. Suas linhas são harmoniosas e elegantes, a ponto de deixar o imenso carro com aparência suave. O Mercedes, por sua vez, foi comparado com um micro-ônibus por um frentista, por causa das grandes dimensões.
Por dentro, a Volvo foi mais cuidadosa com os detalhes e a combinação de materiais. A central multimídia com tela vertical, que parece um tablet, agrupou funções de vários botões e deixou o painel ‘limpo’.
No GLS o peso da idade é evidenciado pelo excesso de botões e pelo monitor central, que parece um tablet mal adaptado ao painel. O acabamento está longe de ser ruim, mas falta o primor que se espera em um carro dessa faixa de preço.
Nos dois carros há amplo espaço para motorista e passageiros. Os bancos da segunda fileira acomodam bem dois adultos – um terceiro ocupante sofrerá com o túnel central alto. Na terceira fila de assentos de ambos, apenas crianças viajam de modo confortável.

O acabamento e a disposição do interior mostram a idade e não condizem com um carro desse valor
O acabamento e a disposição do interior mostram a idade e não condizem com um carro desse valor