Conforto compacto – march vs gol

Dirigibilidade do Volkswagen é bem superior

Em termos estratégicos Gol adota novos faróis, grade e para-choque, traseira redesenhada, lanternas maiores e para-lamas redesenhados texto:   José Antonio Leme/ae  | fotos: divulgação
Em termos estratégicos Gol adota novos faróis, grade e para-choque, traseira redesenhada, lanternas maiores e para-lamas redesenhados
texto: José Antonio Leme/ae | fotos: divulgação

Em 2014, o March estreou no país e derrotou o Gol em um comparativo de versões com câmbio manual. Agora, Nissan e Volkswagen se enfrentam novamente, nas opções de topo SL e Highline. Desta vez, porém, a disputa é entre modelos sem pedal de embreagem, que partem de R$ 58.990 e R$ 58.070, respectivamente.
Nessa reedição, a vitória ficou novamente com o March, que acaba de receber câmbio CVT, de relações continuamente variáveis – o do Gol é automatizado de apenas uma embreagem. O Nissan tem peças e seguro mais acessíveis que o Volks, além de mais conteúdo.
De série, os dois vêm com direção assistida (elétrica no March e hidráulica no Gol), travas e vidros elétricos, central multimídia, alarme e ar-condicionado (digital no Nissan).
Para se equiparar ao March, que traz navegador GPS na central multimídia, o Gol requer um pacote que custa R$ 1.911. Ainda assim, fica faltando a câmera na traseira. A mais no VW há ajuste de profundidade no volante – no Nissan, a regulagem é apenas de altura.
Além da leve atualização visual feita neste ano, o Gol ganhou cabine mais caprichada. Com iluminação branca, seus instrumentos são fáceis de ler – no March a luz é laranja.
O espaço interno do VW também é um pouco melhor que o do rival. Há maior área para os ombros – motorista e passageiro ficam mais distantes que no March e o porta-malas tem 285 litros, ante 260 do Nissan, que tem estilo mais jovial.

EM MOVIMENTO
Os dois compactos vêm com motor 1.6 flexível. O do March gera 111 cv e 15,1 mkgf e o do Gol, até 104 cv e 15,6 mkgf (com etanol), segundo dados divulgados pelas fabricantes.
Os números de potência e torque do Volkswagen chegam em rotações menores, mas, como o câmbio é mais lento em responder que o do Nissan, o desempenho acaba ficando parelho.
Os dois devem em agilidade, mas o CVT deixa o March mais esperto quando se pressiona um botão na alavanca, que faz com que as passagens ocorram em rotações elevadas – o do Gol tem ‘vida própria’ mesmo no modo Sport. O CVT do Nissan também tem funcionamento mais suave. O do VW dá trancos toda vez que troca as marchas.

OPINIÃO
A linhagem de versões mais recheadas dos compactos à venda no país chegou a um patamar de preço para lá de absurdo. Com câmbio automático/automatizado isso fica ainda pior. Mesmo nas opções de topo, não há grandes novidades que justifiquem os cerca de R$ 60 mil pedidos por March e Gol 1.6.
O Volkswagen perdeu o ‘timing’ da mudança de geração, que poderia colocá-lo de novo na briga com os líderes de vendas. Em vez disso, recebeu um leve tapinha e não passou a trazer o bom motor 1.6 flexível de até 120 cv, que já é oferecido em outros carros da marca. O Gol manteve a defasada versão de 104 cv.
Ao March, resta melhorar a dirigibilidade sem abdicar do conforto. E seriam bem-vindas no hatch as atualizações que fizeram o 1.6 gerar até 114 cv para equipar o Kicks.

Em relação aos custos de manutenção, o March com CVT oferece mesmo valor de revisões do manual
Em relação aos custos de manutenção, o March com CVT oferece mesmo valor de revisões do manual