Campanha nacional alerta para doença de Parkinson

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Há 200 anos, o médico inglês James Parkinson publicou um artigo em que definiu uma nova doença, que hoje leva seu nome. Com esse mote, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) lançou a “Campanha Nacional da Doença de Parkinson – 200 anos de história e conhecimento”, para avaliar avanços científicos nos dois séculos de busca pela melhoria da vida de pacientes.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos é portador da doença. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram desse mal.
Atualmente, há novas drogas em estudo e outras já disponíveis para o tratamento: as neuroprotetoras, que podem interferir na evolução da doença.
“Outra abordagem é a terapia genética, quando se sabe da existência de genes que influenciam a doença. Neste sentido, há tentativas de modificação genética, visando mudar ou alterar os mecanismos celulares envolvidos na degeneração celular, em fase experimental e ainda sem aplicabilidade clínica. Há também estudos com células-tronco em andamento” – diz o neurologista João Carlos Papaterra Limongi.
Ele ressalta ser importante que os pacientes com Parkinson tenham a consciência que, além do neurologista, eles vão precisar de acompanhamento de uma equipe multiprofissional.
Especialistas aconselham procurar um médico ao perceber ligeiro tremor nas mãos.

RECOMENDAÇÕES
Entre as recomendações de médicos, está a de que os pacientes devem consultar um neurologista para se informarem sobre opções de tratamento disponíveis e mais adequadas para cada caso.
Outra questão importante é não atribuir ao avançar da idade a perda da expressão facial e o piscar dos olhos menos frequentes. Esses e outros sinais da doença têm que ser acompanhados por um médico especialista.
Como parte de um tratamento multidisciplinar, a fisioterapia será necessária, por exemplo, por conta das alterações posturais e da marcha, além das contraturas das alterações musculares. O acompanhamento fonoterápico será útil para tratar alterações da voz, além de acompanhamento nutricional e psicológico – já que a depressão é um dos sintomas.
O diagnóstico precoce favorece o início do tratamento e, com isso, a qualidade de vida do paciente. Por isso, é essencial ficar atento aos primeiros sintomas, como mudanças na forma de caminhar, perda de expressão facial e diminuição do volume da voz.
“Se além desses sinais, estiverem presentes alguns dos sintomas não motores, a possibilidade de que o quadro corresponda a Parkinson aumenta”, – observa Rubens Gisbert Cury, neurologista do Hospital Samaritano.
Não há cura para a doença, mas existem terapias medicamentosas e cirúrgicas que ajudam a controlar os sintomas.