Violência contra idosos aumenta na região de Campinas

A cidade de Campinas registrou aumento no número de denúncias de violência contra idosos em 2023. De acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o total de chamados recebidos pelo Disque 100 foi 24% maior no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Ao todo, foram 460 denúncias que, juntas, totalizaram mais de 2,6 mil violações (entenda os detalhes abaixo). Neste mês, quando é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, o g1 destaca o levantamento e traz um panorama da vulnerabilidade sofrida por essa parcela da população.

O balanço evidencia que, em mais da metade dos casos (54,7%), a violência teria sido cometida pelos filhos. Com relação ao perfil das vítimas, 65% eram mulheres, sendo que o grupo mais atingido tinha entre 70 e 74 anos. Além disso, mais de 100 tinham alguma deficiência (física ou intelectual) ou doença rara.

O número de violações é superior ao de denúncias porque um único caso pode ter mais de uma violência envolvida. A exemplo disso, os dados apontam que 373 casos envolviam violações físicas (maus tratos, abandono e lesão corporal), 327 psíquica (tortura psíquica, constrangimento, ameaça, injúria e difamação) e 132 patrimonial.

De acordo com João Paulo Iotti Cruz, vice-presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa da OAB-SP, esse grupo está entre os mais vulneráveis da população, atrás apenas das mulheres, crianças e adolescentes. Para ele, o levantamento evidencia uma realidade conhecida.

“Historicamente, os dados compilados pelo Disque 100 evidenciam que a violência ocorre no lar, por pessoas próximas. Filhos, filhas, netos, netas. Esse fato, pela natureza dessa relação de família, dificulta, inclusive, a denúncia espontânea e o andamento das investigações”, comenta.

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