Avaliação – Leaf vira elétrico viável

Maior, mais potente e com autonomia de 400 km

texto: Por Tião Oliveira/agência estado | fotos: divulgação

O Brasil virou a bola da vez dos veículos eletrificados. E uma das novidades é a segunda geração do Leaf, que chegará ao país até o início de 2019. Além de atualizações no visual e interior, o hatch ficou 38% mais potente (150 cv) e 14% mais forte (32 mkgf). Mas a maior virtude do Nissan é a autonomia, que passou de 170 km para 400 km. Não há informações sobre preços, mas a tabela deverá ficar entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.
Inicialmente, o elétrico será importado, mas a Nissan deve iniciar a produção em Resende (RJ) na virada da década. Avaliado no Japão, o carro agradou.

O Leaf cresceu 3 cm no comprimento (4,48 metros) e 2 cm na largura (1,79 metro), mas manteve a boa distância entre os eixos, de 2,7 metros. O visual é inspirado no do IDS, conceito revelado em 2015, com linhas que evidenciam o centro de gravidade baixo – componentes pesados, como as baterias, ficam no assoalho.
A altura foi reduzida em 1 cm, para 1,54 metro. Redesenhado, o porta-malas tem ótimos 435 litros de capacidade.
Os faróis agora são duplos e a grade tem acabamento que cria um efeito com imagens em 3D azuladas. A tomada para o carregador de baterias permanece no capô dianteiro, sobre o logotipo da marca.
Atrás há novas lanternas e o para-choque traz uma espécie de difusor integrado que, segundo informações da Nissan, contribui para melhorar a estabilidade. Com as mudanças no desenho o coeficiente aerodinâmico agora é de 0,28.
Há bom espaço na cabine, mas atrás a área é ideal para duas pessoas, e não três. Quem tem 1,8 metro de altura viaja no banco traseiro sem raspar a cabeça no teto.
Em relação ao Leaf anterior, o acabamento, que pode ser preto ou cinza, ficou mais simples. Os mostradores digitais facilitam a visualização e o sistema inclui tela de alta resolução de 7 polegadas sensível ao toque.
O sistema é compatível com Apple Carplay e Android Auto e dá para escolher o que será exibido, como, por exemplo, o nível de carga da bateria (que pode ser replicado no smartphone), bem como a energia elétrica disponível e informações sobre navegação e áudio.

RESPOSTAS SÃO IMEDIATAS
Mesmo com o aumento de 67% na capacidade de armazenar eletricidade, as baterias estão do mesmo tamanho. A recarga total pode ser feita em 8 horas em tomadas convencionais de 220 Volts. Há um kit de reabastecimento rápido que garante 80% da carga em 40 minutos.
Outra boa novidade do Leaf é o e-Pedal. Dá para acelerar, reduzir a velocidade e parar utilizando o pedal da direita. Como o motor é elétrico, basta o motorista parar de pisar no acelerador para o carro desacelerar até parar completamente.
Em congestionamentos, por exemplo, não é preciso acionar os freios a todo momento. Durante a avaliação, o sistema se mostrou bem simples de ser utilizado e muito eficiente.
Alerta de mudança involuntária de direção, assistentes de permanência na faixa de rolamento e de frenagem e acionamento incorreto de pedal, monitoramento de ponto cego, reconhecimento de placas de sinalização, intervenção automática em caso de risco de colisão, câmeras que cobrem 360° e detecção de objetos em movimento fazem parte do pacote.
Na hora de acelerar, a força total está disponível imediatamente e o carro arranca com vigor quando o motorista pisa fundo no acelerador. Deu para conferir a boa distribuição de peso no trecho de pista (molhada) onde cones simulavam obstáculos que deveriam ser contornados a cerca de 40 km/h. O sistema foi recalibrado e traz barra de direção mais rígida.
O isolamento acústico é muito bom e mal deu para ouvir o ruído do atrito dos pneus no asfalto. O zunido do motor é praticamente imperceptível.
Na hora de estacionar, o Leaf faz tudo sozinho. O recurso atende o desejo de 60% dos clientes da Nissan no Japão.

PRODUÇÃO
Em 2015, a Nissan chegou a divulgar que até 2020 daria início à produção do Leaf na fábrica de Resende (RJ), inicialmente em regime de CKD, com peças importadas.
Um porta-voz da marca à época disse que com isso o preço final do carro poderia cair até 30%. Na semana passada, o CEO da Nissan para a América Latina, José Luiz Valls, disse em Tóquio que a marca quer ser líder de vendas de veículos eletrificados na região.