Viva dias de astronauta pelos ares

Fique por dentro das missões espaciais da Nasa

No Kennedy Space Center, parque da Nasa, o visitante tem contato com a rotina de um astronauta, descobre objetos usados no espaço Foto: divulgação
No Kennedy Space Center, parque da Nasa, o visitante tem contato com a rotina de um astronauta, descobre objetos usados no espaço
Foto: divulgação

Há tempos a fronteira entre ficção e realidade se desfez. Percorrer as terras mágicas da Flórida, no sul dos Estados Unidos, é embarcar em um vaivém entre o mundo real e o imaginário.
No Kennedy Space Center, parque espacial da Nasa, por exemplo, o visitante tem contato com a rotina de um astronauta, descobre objetos usados no espaço, entra em um simulador que o leva para a estratosfera e até entra dentro de naves. Não há dúvidas que a fantasia e a realidade caminham juntas por ali.
Quer uma experiência mais intensa do que sentir a tremedeira de um lançamento espacial dentro de um simulador? Fique atento, então, às datas dos lançamentos reais que ocorrem de tempos em tempos na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, a 20 minutos do Kennedy Space Center – o próximo lançamento está previsto para 3 de dezembro. “Da arquibancada, você consegue sentir a tremedeira real”, conta a brasileira Lívia Ribeiro, guia no Kennedy Space Center. Assistir ao ‘show’ de perto custa US$ 20 (sem contar as taxas), além do valor do ingresso que dá acesso ao parque. Mas é possível também assistir pela TV, dentro do Complexo do Visitante, sem pagar nada a mais por isso. “Uma dica importante é tentar começar a viagem perto da data do lançamento Assim, caso ele seja adiado – vários fatores podem causar o adiamento, como a instabilidade climática -, não haverá riscos de perder o espetáculo”, alerta Lívia.

GIRA-GIRA
Para se tornar um verdadeiro astronauta, visite o ATX (Astronaut Training Experience). A área, criada por veteranos no assunto, inclui atividades de treinamento reais para ir ao espaço. Você entra em uma cápsula de comando (e vê o quanto é apertado passar um só dia ali), gira por alguns minutos em um equipamento de vários eixos e fortalece os braços em uma espécie de escalada sem gravidade. Como é uma atração à parte (ingressos desde US$ 175 para adultos e US$ 165 para crianças), é preciso fazer reserva.

TUBO TRANSPARENTE
A placa é clara: “no espaço, astronautas não usam sapatos”. Por isso, tire os seus para poder entrar no clima dentro de um cilindro transparente e apertado de uma cápsula espacial em tamanho original. Com a força da gravidade, só se anda de joelhos – pena não podermos flutuar como os astronautas. De cima, na parte transparente do tubo, a vista de toda a área do Space Shutlle Atlantis, onde está localizada a brincadeira, compensa até para quem tem medo de altura. Saindo de lá, passe pela sala em homenagem aos astronautas que morreram em missões espaciais – como os que estavam no ônibus espacial Columbia – e siga direto para o simulador de lançamento de
foguetes.

GALERIA DE TESOUROS
À primeira vista, o que mais chama a atenção no Centro Apollo/Saturno V é a grandiosidade do foguete Saturno V. Mas é na Galeria de Tesouros, uma sala escura do imenso galpão, a 20 minutos do parque, que estão guardadas as pequenas raridades da Nasa, como uma coleção dos protótipos de trajes espaciais dos anos 1960. Destaque para a roupa usada pelo comandante da Apollo 14, Alan Shepard, o primeiro norte-americano a ir ao espaço – tente ver a poeira da lua nas botas do astronauta. Para chegar lá, pegue um ônibus gratuito direto do Kennedy Space Center – eles saem de 15 em 15 minutos e possuem serviço de guia.

KENNEDY SPACE CENTER
Visto da janela do carro, a pouco mais de 300 metros do Kennedy Space Center, o ônibus espacial dispensa óculos 3D, binóculos ou qualquer recurso visual extra. Imponente, o tanque laranja de 56 metros de altura aponta para o céu acompanhado por dois propulsores brancos.
Como se fosse rompê-lo com sua cápsula pontiaguda, parece prestes a decolar rumo ao espaço – ao menos é essa a cena cinematográfica que vem à mente ao ficar cara a cara com a réplica em tamanho natural do Atlantis, cujo primeiro voo ocorreu em 1985.
Aberto em 1962, ainda sob o nome de Centro de Operações de Lançamento, o parque foi rebatizado no ano seguinte, em homenagem ao presidente – e entusiasta espacial – John Kennedy, assassinado em 1963. E guarda parte importante da construção da história e da identidade do país no último século.
O acesso ao Kennedy Space Center (kennedyspacecenter. com), como tudo na Flórida, só é possível com carro ou van. Embora menos alvoroçado que os parques da Disney e da Universal, é recomendável chegar cedo para evitar filas e acompanhar o desfile receptivo do astronauta antes da abertura do parque – uma tentação para os selfie-maníacos.
Tudo começa em um imenso jardim de foguetes históricos, onde “se perder no espaço” faz parte da brincadeira. Dá até para desembarcar de joelhos da claustrofóbica nave do Programa Apollo – aquele de Neil Armstrong – e caminhar entre outras maravilhas da engenharia espacial.

PERDIDO EM MARTE
Ponto de parada obrigatório, Journey to Mars: Explorers Wanted, área dedicada a explicar, de maneira interativa e didática, desde a básica personalidade de Marte às recentes descobertas por lá, dá pistas do que talvez haja de mais ousado nos projetos da Nasa: a colonização do planeta vermelho (leia mais em bit ly/nasaemmarte).
E era sobre Marte que eu desejava falar no aguardado encontro com o astronauta. As histórias engraçadas e curiosas de John Blaha não eram exclusividade de jornalistas. Ele é um dos nomes que fazem parte do Almoce com um Astronauta, atração extra por US$ 29,99 por pessoa, com comida e bebida à vontade.