Veículo automatizado é ruim de revenda

Carros com câmbio automatizado de uma só embreagem não são unanimidade no Brasil, apesar do crescimento da oferta do sistema nas gamas de várias marcas. O sistema é uma opção mais acessível que o automático convencional e vem sendo atualizado pelas fabricantes que o adotaram – a exemplo de Volkswagen e Fiat – principalmente nos carros de entrada. Ainda assim, na hora de revender o veículo, essa tecnologia pode ser um entrave.
Entre as razões, há a má fama do câmbio automatizado no mercado. Muitos clientes acreditam que o sistema tem manutenção cara. Além disso, o seu funcionamento que não é tão suave como o de um automático convencional, afasta alguns consumidores.
“Os clientes ficam sabendo dessa má fama e já chegam à loja recusando modelos com câmbio automatizado”, afirma o gerente da Planet Car, Diego Martinez.
Situações como essa geram uma depreciação entre 20% e 25% (ante a tabela do Jornal do Carro) para qualquer modelo automatizado na troca por um seminovo. Para o automático, a média fica entre 10% e 15%, segundo os lojistas.
Isso ocorre porque esse tipo de carro ficará mais tempo no estoque. Martinez afirma que não deixa de aceitar nenhum modelo automatizado, pois há clientes que veem vantagens nesse tipo de negociação.
“Às vezes acontece de um consumidor chegar com a intenção de levar um automático, w acabar- optando por um automatizado mais novo pelo mesmo preço. Isso, porém, é raro”, afirma Martinez.
Para o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive, o automatizado não é um ‘mico’, mas sim um carro de nicho, como os esportivos e os importados que tiveram baixo volume de vendas.
Segundo ele, quem se propõe a comprar um modelo com esse tipo de câmbio precisará ter paciência no momento da revenda.
“É preciso se programar e trabalhar com antecedência, anunciando o carro em todos os lugares possíveis. Outra dica é não se desesperar se as primeiras ofertas forem muito abaixo da tabela”, diz Garbossa.