Ritmo de festa

Selecionamos oito destinos como clássicos a menos conhecidos

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Não importa a idade, classe social ou preferência política: o carnaval coloca todos lado a lado, cantando músicas antigas e hits atuais, em um desejo único de esquecer os problemas do dia a dia e apenas
celebrar.
Embora o carnaval no Brasil tenha chegado com a colonização portuguesa, ele adquiriu diferentes influências, costumes e particularidades pelo país. Nesta edição, selecionamos oito destinos, de clássicos como Rio e Salvador, até opções menos conhecidas, como Muzambinho, em Minas Gerais, e São Luiz do Paraitinga, a 2h30 da capital.
Qualquer que seja seu destino, algumas dicas são sempre válidas quando se trata de multidões – confira o guia em vídeo: bit ly/carnadicas. Fique atento a bolsas, carteiras e celulares, use roupas e calçados confortáveis – dispense o chinelo de dedo, já que pisões são inevitáveis: prefira o tênis. Beba muita água, mas modere no álcool. E, principalmente: divirta-se.

Minas Gerais
Como é: bom mineiro que é, o carnaval de BH não faz alarde como o do Rio ou de Recife, mas há tempos ali não falta animação. Milhares de foliões saem atrás dos blocos de rua e param para assistir, de graça, ao desfile das escolas de samba e dos blocos caricatos na Avenida Afonso Pena. Em 2016, além do pré-carnaval, que começa dia 23, a cidade terá o lançamento do Camarote Belô (oesta.do/camarotebelo). Ali, 25 atrações, incluindo Diogo Nogueira e Sidney Magal, se apresentam em um espaço com open bar; desde R$ 140 por dia.
Vá se: a ideia for escapar de São Paulo e gastar pouco, sem perder a folia de rua. Não vá se: estiver buscando uma BH para sossegar. Site: oesta.do/carnabelo.

manaus
Como é: desde 1938, Kamélia chega faceira, vestida de baiana e com sorriso no rosto para anunciar a chegada do carnaval, que começou sábado e vai até a Terça-feira Gorda. O desfile da boneca de 3 metros e 22 quilos é apenas uma das atrações tradicionais. Até o fim da folia, 110 bandas se apresentarão, com frevo, samba e marchinhas recheadas de sátiras políticas e homenagens à Olimpíada. Já o sambódromo recebe, além do desfile das escolas de samba, o Carnaboi, festa ao ritmo do Boi Bumbá.
Vá se: quiser um carnaval repleto de regionalismo.
Não vá se: não estiver preparado para enfrentar o calor úmido do Amazonas. Site: manaus.am.gov.br.

diamantina
Como é: o palco principal fica na Praça do Mercado Antigo. Ali, bandas tradicionais, como a Bartucada e a Bat-Caverna, se revezam dia e noite. Blocos caricatos – entre eles, Xica da Silva e Sapo Seco, circulam desde cedo pelas ruas de pedra, cercadas por casarios coloniais.
Vá se: tiver pique para começar cedo e subir ladeiras.
Não vá se: tiver pouco tempo – de São Paulo são 860 km e o aeroporto mais próximo é o de Belo Horizonte, a 276 km. Se não souber lidar com muvucas, restaurantes cheios e possível falta d’água. Site: carnadiamantina.com.br.

Muzambinho
Como é: Muzambinho está a 4h30 de São Paulo e tem pouco mais de 21 mil habitantes. Mas, no carnaval, esse número chega a duplicar. Os foliões se concentram no Vermes e Cia, evento pago com atrações de peso – este ano, estão confirmados Cláudia Leitte e Thiaguinho. O ingresso básico custa R$ 460, mas se quiser camarote com direito a comida, bebida e salão de beleza, paga-se R$ 699. Além disso, dois palcos serão montados na cidade para fazer a alegria de crianças e da velha-guarda, com marchinhas de antigos carnavais.
Vá se: estiver preparado para dormir pouco e curtir muito.
Não vá se: detestar multidões e preferir folia gratuita de rua. Sites: muzambinho.mg.gov.br; vermesecia.com.br.

OURO PRETO
Como é: variado, com desfiles de blocos estudantis, carnavalescos e escolas de samba. Há opções nas ruas, gratuitas, ou com abadás, além de festas fechadas, com
shows de artistas populares de diversos estilos.
Vá se: gosta de bagunça entre ladeiras, igrejas barrocas e outras joias do patrimônio histórico.
Não vá se: não estiver disposto a dormir em uma república (embora haja opções de hotéis, a maior parte de quem vai para o carnaval da cidade se hospeda em residência estudantil). Ou se tiver preguiça da atmosfera universitária da cidade. Site: carnavalouropreto.com.

SALVADOR
Como é: o axé domina a trilha sonora e a festa é dividida entre quem tem abadá – que vai junto ao trio protegido por cordões – e a pipoca (que este ano ganhou mais opções, com palcos e trios abertos). Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Gilberto Gil e os blocos Camaleão (com Bel Marques) e Nana Banana (com Chiclete com Banana) estão entre os mais disputados.
Vá se: estiver na pegada de paquerar e disposto a gastar: um dia de folia com o bloco Camaleão, por exemplo, custa a partir de R$ 790; para acompanhar Ivete Sangalo, a partir de R$ 610.
Não vá se: mesmo com abadá, é preciso enfrentar multidões para se deslocar pela cidade.
Sites: vivasalvador.com.br; para comprar abadás, centraldocarnaval.com.br e queroabada.com.br.

RIO
Como é: tem carnaval para todos os gostos. O samba corre solto na Marquês de Sapucaí e quem já assistiu a um desfile (ou participou dele) garante que é inesquecível (ingressos a partir de R$ 220). Nas ruas, são 505 blocos este ano, com as mais diferentes trilhas sonoras – incluindo Beatles, Roberto Carlos e Wando. Os nomes são uma atração à parte. Além dos tradicionais Cordão da Bola Preta e Cordão do Boitatá, Simpatia é Quase Amor, Suvaco do Cristo, Me Beija que Sou Cineasta fazem rir antes mesmo de cair na folia. Não esqueça a fantasia.
Vá se: quer diversidade de ritmos e, entre um bloco e outro, não dispensa uma praia.
Não vá se: estiver com o orçamento apertado. Passagem, hospedagem, restaurantes: tudo fica com preços estratosféricos.
Site: visit.rio

São Luiz do Paraitinga
Como é: a 2h30 da capital paulista, o carnaval se concentra no centro histórico da cidade, com bonecos gigantes e marchinhas exclusivas e tradicionais, que homenageiam figuras da região, como as dos blocos Juca Teles e Barbosa. Quem nunca cantarolou “Ô ô Barbosa, essa curva é perigosa…” não sabe o que está perdendo.
Vá se: quiser folia de rua sem a confusão das grandes cidades. Dá para combinar a folga com trilhas e cachoeiras.
Não vá se: tiver pouca paciência para marchinhas (algumas desconhecidas). Por causa do grande número de hóspedes, a cidade costuma sofrer com a falta d’água no período.
Site: oesta.do/carnasaoluiz.