Retorno Versão GTS do 911 está de volta
Com 436 cv deve virar opção definitiva na linha
Ligar para o serviço de emergência 911 é algo muito sério nos Estados Unidos – trotes costumam levar seus autores à cadeia. E o chamado de um 911 deve ser encarado com o mesmo respeito e urgência. Não é todo dia que se tem a chance de acelerar um Porsche desses em estradas que serpenteiam as montanhas da Califórnia e culminam em um belo circuito incrustado no deserto, o Willow Springs, com curvas travadas e uma grande reta que instiga a testar o acerto do sistema eletrônico de suspensão e a força do motor de seis cilindros da nova versão GTS.
Los Angeles reserva muitas surpresas para os visitantes de primeira viagem, mas não é o caso do poder do 911 GTS, que chega ao Brasil no segundo semestre de 2015. Ao dar a partida em um carro como esse, o sorriso surge imediatamente. A unidade avaliada tinha o pacote esportivo Sport Chrono, que inclui suspensão independente 10mm mais baixa e firme que a convencional, bancos com estrutura de fibra de carbono, freios com discos maiores e controles de largada e dinâmico do chassi.
As curvas que vinham em sequência faziam rondar na mente o mito de que a tração traseira não perdoa exageros nas acelerações. Mas bastaram menos de dois quilômetros para perceber que os controles eletrônicos ‘sabem’ como lidar com o carro e agem precisamente para evitar escorregadas.
O torque de 44,9 mkgf a 5.750 rpm do motor 3.8 é bom e está disponível em uma faixa tão ampla que as marchas utilizadas ficavam entre a terceira e quarta.
Ponto para o ótimo câmbio automatizado de sete velocidades. Apenas na pista, quando foi mais exigida, a transmissão começou a liberar a sexta, aos 250 km/h.
No console central ficam os seletores que permitem optar entre o modo Sport ou Sport Plus, acionar o controle dinâmico dos amortecedores, chassi e aerofólio para deixar o 911 GTS ainda mais ‘na mão’. A rigidez torcional da carroceria é excelente e mantém o Porsche estável e na trajetória.
A versão conversível ‘torce’ mais e anda um pouco menos que a fechada, por ter 70kg extras (são 1.495kg). Mas compensa essa ‘falha’ com charme e sensação de liberdade.
Versão intermediária entre o Carrera S, de 405 cv, e o GT3 de 481 cv, o GTS mantém a mítica do 911, primeiro carro feito pela Porsche e criado para se distanciar do projeto original do longevo Fusca.
Concebido como 901, o modelo teve o nome alterado para 911 para atender a uma reclamação da Peugeot. A marca francesa reivindicou os direitos dos nomes de carros com números e zero no meio.
Trata-se da segunda vez que a Porsche lança a versão GTS do 911. A primeira foi em 2011, nas opções cupê e conversível, como agora, mas com menor poder de fogo.
O motor também era 3.8 de seis cilindros, mas rendia “apenas” 412 cv de potência. O atual tem 24 cv a mais.
O carro anterior foi feito por apenas dois anos. A fabricante informa que essa opção poderá ser mantida como uma versão da linha, mas isso depende dos resultados de vendas.
Se o fundador da marca, Ferry Porsche, tivesse a oportunidade de guiar o novo 911 GTS, certamente ficaria feliz ao conhecer o resultado da continuidade de seu trabalho.