Qual é a melhor alternativa? Óleos funcionais

Óleo de coco, de cártamo e de linhaça se tornaram queridinhos da dieta

texto: Agência Carti | Fonte:   Nature Center | foto: divulgação
texto: Agência Carti | Fonte: Nature Center | foto: divulgação

Tachadas por muito tempo como inimigas da boa forma, as gorduras ganharam um novo papel quando o assunto é perda de peso. Graças a estudos recentes esse nutriente tem conquistado cada vez mais espaço no cardápio daqueles que desejam eliminar uns quilinhos extras. Isso porque, ao contrário do que muitos imaginam, seu consumo equilibrado pode facilitar a lipólise – processo de queima de gorduras do organismo. Evidências apontam que o aporte adequado de ácidos graxos beneficia diversas funções orgânicas, dentre elas, a síntese hormonal, a produção de energia e até mesmo a sensação de saciedade. Não é à toa os óleos funcionais ganham cada vez mais adeptos: extratos como o de coco, de cártamo e de linhaça são conhecidos como ‘gorduras boas’ e entregam benefícios que vão muito além da silhueta.
Pode parecer estranho, mas se você está em uma dieta e restringe o consumo gorduras, pode estar sabotando o resultado, pois, de acordo com a nutricionista Sinara Menezes, o nutriente é indispensável, mesmo nas dietas de emagrecimento. “É importante destacar que alguns ácidos graxos são essenciais, ou seja, são fundamentais ao organismo, porém nosso corpo não consegue produzi-los espontaneamente. Sendo assim, é preciso adquiri-los através da alimentação para que a saúde não seja afetada. O emagrecimento não foge dessa premissa, pois diversas funções orgânicas relacionadas à eliminação de gordura e aproveitamento da energia dependem desse aporte nutricional”. Ou seja, conforme explica a profissional da Nature Center, se este nutriente for totalmente excluído da dieta, o próprio processo de queima de gorduras é prejudicado.
Porém, não é qualquer gordura que pode fazer parte do cardápio: as consideradas benéficas para o organismo, mais conhecidas como gorduras boas, são encontradas em algumas fontes específicas como o azeite, o abacate, peixes de águas frias e, principalmente, nos óleos funcionais. Um dos efeitos positivos para o emagrecimento é que esses ácidos graxos são capazes de promover a saciedade, ou seja, o indivíduo que ingere adequadamente as fontes certas de gordura consegue controlar a fome e a ingestão calórica com muito mais facilidade. E quando trata-se dos óleos funcionais, alguns possuem particularidades que podem ser ainda mais favoráveis à boa forma.

Óleo de coco
Extraído da famosa fruta tropical, este óleo pode ser encontrado tanto na versão refinada quanto na extra virgem. Rico em ácidos graxos de cadeia curta e média apresenta diversas vantagens para o organismo. Apesar de ser uma gordura saturada, sua característica bioquímica faz com que ele seja mais facilmente absorvido, sem precisar de lipoproteínas para fazer seu transporte na corrente sanguínea. Em virtude disso, seu aproveitamento como energia é maior, o que implica em menos chances dele ser depositado no tecido adiposo. Ou seja, o óleo de coco é melhor utilizado pelo corpo e, quando consumido adequadamente, não contribui para a formação dos temidos ‘pneuzinhos’. Outro ponto destacado pela nutricionista é seu poder termogênico: “principalmente o tipo extra virgem que, devido suas propriedades, é rapidamente convertido em energia no organismo e propicia uma elevação do gasto calórico.”
Ponto positivo: “É muito bem-vindo na culinária, pois é resistente a altas temperaturas. Como mantém suas características mesmo quando exposto ao calor, pode fazer parte do preparo dos pratos quentes da dieta sem que suas propriedades sejam perdidas.” – explica Sinara.

Óleo de cártamo
Extraído da planta asiática Carthamus Tinctorius, o cártamo já é considerado um queridinho das dietas fitness. Seu óleo é rico em ácidos graxos como o Ômega 6 (ácido linoleico) e Ômega 9 (ácido oleico). Uma das principais vantagens para a redução de medidas é o que ácido linoleico é capaz de inibir a ação da enzima LPL (lipase lipoproteica). E a atividade dessa enzima está intimamente ligada ao acúmulo de gordura, especialmente a localizada, pois essa substância é a responsável por carregar a gordura da corrente sanguínea para as células que compõem o tecido adiposo. O ácido oleico, por sua vez, regula a produção do hormônio do estresse – o cortisol. Existe o consenso de que, quando elevado, este hormônio propicia o acúmulo de gordura, especialmente na região do abdômen. Estudos apontam, também, que o consumo de óleo de cártamo estimula a produção da adiponectina – um hormônio capaz de murchar as células de gordura e ainda reduzir o colesterol.
Ponto positivo: “O poder anti-inflamatório desse óleo pode melhorar, dentre outras coisas, o aspecto da pele e combater a celulite. Isso porque o cártamo é rico em vitamina E, um potente antioxidante.

Óleo de linhaça
Extraído da semente de linhaça, o grande diferencial deste óleo que sua abundância em ácido alfa-linoleico (ALA) que, quando metabolizado pelo organismo, se converte em Ômega 3 – um dos ácidos graxos fundamentais da dieta. Este composto é de extrema importância para o bom funcionamento do organismo, pois auxilia na redução dos processos inflamatórios. E você sabia que o acúmulo de gordura é um tipo de inflamação do tecido adiposo? Essa propriedade faz com que óleo atue também como regulador do colesterol. Além disso, o óleo é rico em vitamina E e possui efeito termogênico, ajudando a turbinar o metabolismo.
Ponto positivo: “Assim como o óleo de cártamo, ele possui Ômega 6, por também ser rico em Ômega 3, é uma excelente alternativa para o óleo de peixe, especialmente para aqueles que seguem uma dieta vegetariana.”

Qual o melhor?
Com tantas particularidades é normal que surja a dúvida de qual deles é o melhor na hora de turbinar a dieta e, porque não, também a saúde. De acordo com a nutricionista, para pessoas saudáveis que não tenham restrições com o consumo de gorduras, o aconselhável e fazer um rodízio entre esses óleos para que todos os benefícios sejam atingidos. A profissional explica que isso é importante para garantir o equilíbrio, sobretudo quando trata-se da ingestão dos Ômegas. “A alimentação moderna é rica em Ômega 6 e pobre em Ômega 3, um cenário desfavorável ao organismo pois aumenta os processos inflamatórios. O ideal, portanto é que se busque um equilíbrio no consumo desses ácidos graxos, revezando estes alimentos tanto com o objetivo de variar a nutriç& atilde;o, quanto para diversificar o cardápio.” Obviamente, a recomendação pode mudar de acordo com o perfil e objetivo de cada indivíduo, por isso a importância do acompanhamento médico. Porém, quando consumidos de maneira equilibrada, dentro de uma dieta balanceada, todos podem trazer benefícios. Justamente por isso, a escolha mais acertada é variedade ou, até mesmo, a combinação desses óleos.