Preço pode ter aumento de R$ 0,50

Petrobras retirou subsídio da distribuição de gás

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse esperar que a reação das distribuidoras de gás de botijão à revisão de contratos seja ‘contida’ e que o consumidor não pague uma conta maior do que foi cobrado pela estatal para que as distribuidoras usem seus tanques e rede de dutos. Desde terça-feira (1), a Petrobras reviu o preço do produto de 13 kg em R$ 0,50, em média, segundo Parente. O reajuste, no entanto, diz respeito exclusivamente à infraestrutura logística, não foi aplicado à molécula do gás em si.
Até então, a Petrobras não cobrava de todas as distribuidoras pelo uso de seus tanques e dutos. Agora, decidiu rever o contrato firmado com cada uma delas. Parente diz que a estatal não está disposta a subsidiar o setor e que vai adotar a lógica de mercado na relação com os seus compradores. “A tabela (de preços nas refinarias) é a mesma. Só estamos eliminando subsídios cruzados. O objetivo é criar um ambiente propício ao investimento”, disse o executivo, após participar de cerimônia de despedida de Magda Chambriard da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Para o representante das distribuidoras de GLP, Sindigás, caberá à concorrência conter o preço do produto. “É muito cedo para avaliar que esse movimento vai causar impacto nos preços ao consumidor. Mas o consumidor, se quiser, muda até de marca”, afirmou o presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello. Como o mercado não é controlado pelo governo, distribuidoras e revendedores podem repassar integralmente o aumento da Petrobras e ainda reajustar os preços em proporções maiores do que a média de R$ 0,50 por botijão estimada pela estatal.
Especialistas que prestam consultoria para distribuidoras e que não quiseram se identificar afirmaram, porém que, na região Nordeste, mais distante das refinarias da Petrobras e também mais dependente da infraestrutura de transporte, a variação de preço chegou a R$ 1 por botijão. O aumento foi diferenciado para cada empresa, dependendo do uso dos tanques e dutos. Quanto maior a utilização, maior o preço. A Petrobras não informa os novos valores negociados com seus clientes.